Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Incontestável

21/01/2008


Poderia descrever quase que exatamente quais foram todos os fatores que contribuíram para a vitória do Atlético sobre o Coritiba no Couto Pereira. Desde a pimenta adicionada à semana do clássico pelos lados do nosso adversário até a festa que a torcida atleticana proporcionou nas arquibancadas do estádio do rival.

Só que futebol se faz dentro de campo. Bem assim, simples assim. E dentro de campo a vitória do Atlético, além de esperada, foi incontestável. Sem maiores comentários, mas simplesmente incontestável. Vencemos a batalha por dois motivos: primeiro porque “fomos” brutalmente superiores ao coxa, e segundo porque “somos” brutalmente superiores ao coxa. Aqui poderia ser um “ponto final”, afinal, seria mesmo o resumo completo da distância que separa o Atlético do Coritiba no mundo do futebol.

Um futebol de primeira linha se faz de forma diferente, gabaritada. Se faz com segurança, como se fez nas mãos do menino Vinicius, que anda louco pra cravar sua titularidade em 2008. Futebol se faz com uma zaga completa, confiável e nas horas vagas artilheira. Talvez esteja começando a ficar mais evidente a regularidade de Danilo, Rhodolfo e Antônio Carlos. Futebol se faz como se fosse uma impressão de que também é feito com a mão, e às vezes eu juro que o Netinho coloca a bola com a mão dentro da área do adversário.

Futebol também se faz de modo selvagem, como selvagem tem sido Valencia, sempre ele, sempre Valencia. Um guerreiro incansável, lutador, um verdadeiro leão. Futebol se faz com alguns diferenciais, e entre os diferenciais, o maior deles: Ferreira. Um jogador de encher os olhos de qualquer atleticano.... Futebol se faz com a gana e o sangue dos olhos de Claiton.

E o Coritiba atacava, e havia quem jurasse que o coxa era favorito. E o Coritiba dominava o jogo, e havia até transmissoras de rádios entusiasmadas com seus comentaristas verdemente entusiasmados, apenas esperando o óbvio que era o gol verde. E o Atlético fez o que há de mais importante em um jogo de futebol: GOL. Um gol e mais três minutos de acréscimo para decretar a superioridade rubro-negra com o segundo gol, afinal, futebol também se faz com inteligência, e a mão santa de Ney Franco chamou para campo o iluminado Alan Bahia para balançar as redes do Couto Pereira. Estava decretado o placar do clássico, e cá entre nós, 1 x 0 não retrataria de maneira tão fiel a superioridade atleticana. Teria mesmo que ser um placar clássico!

E futebol se faz, não se mede. E quem fez a festa foram os gigantes atleticanos que incendiaram as arquibancadas do estádio, no gogó e na palma da mão.

2 x 0. Agora sim, ponto final.


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