Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Espírito guerreiro

21/01/2008


E lá estávamos no Couto Pereira, para mais um Atletiba, após três anos sem clássico no estádio deles. Sem instrumentos de percussão, faixas, bandeiras, em minoria, mas marcando presença no grito, sem parar de cantar um minuto, como sempre fez a torcida atleticana contra o maior rival.

No campo estavam quatorze guerreiros, instruídos pelo competente Ney Franco, que souberam como jogar um clássico fora de casa, em um ambiente inóspito, contra 24 mil torcedores rivais que até pedras atiraram no ônibus da delegação. O Atlético jogou com inteligência, bem postado defensivamente, explorando as brechas e saindo no contra-ataque contra um adversário exposto em campo e frágil tecnicamente.

Recém promovido da segunda divisão do Campeonato Brasileiro, o Coritiba acreditou que a moleza seria a mesma dos últimos dois anos quando enfrentou adversários de nível técnico ridículos. O Atlético ainda precisa melhorar, a temporada mal começou e sequer o preparo físico é o ideal. O rubro-negro aguarda pelas estréias de Irênio e Wallyson e enfim contará com o retorno de Marcelo Ramos ao time titular, no lugar de Rodrigão que ainda não engrenou como centroavante atleticano.

Para o campeonato estadual o elenco é satisfatório e o Furacão tem tudo para confirmar o favoritismo, mas para o Brasileiro o ideal é contar com alguns reforços, especialmente para a lateral esquerda. Até lá o importante é aproveitar o Paranaense e os primeiros jogos da Copa do Brasil para melhorar o rendimento do time e verificar quais as carências no elenco para o forte campeonato Brasileiro deste ano.

Enquanto isto, curtimos mais uma vitória sobre os coxas no Couto Pereira, confirmando a fama do estádio como salão de festas atleticano. Pena que o descaso e falta de manutenção ao longo das últimas décadas tenha condenado o futuro do estádio e logo teremos que comemorar vitórias sobre os verdes em outro campo deles.

O que definiu o clássico a nosso favor foi o espírito guerreiro dos atleticanos que estiveram em campo e na arquibancada, empurrando o Atlético para cima do velho rival que saiu da segunda divisão, mas parece que esta ainda não saiu deles, como bem dito por Mauro Singer em uma coluna recente.


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