Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Coisas no lugar

15/01/2008


A frase é atribuída ao meu xará Juarez Soares, o popular “China” que ficou muito conhecido quando comentava jogos na Bandeirantes na década de 80, época em que o canal paulista passava o Show do Esporte, que ia mais ou menos das 9 da matina até 8 da noite aos domingos.

Antes da TV a cabo essa era com certeza a melhor opção para ver futebol máster, Fórmula Indy, o começo do futsal com Jackson, atletismo com Robson Caetano além dos grandes jogos entre Minas Tenis X Banespa no vôlei e os jogos mais importantes do paulista e do carioca, onde a narração folclórica de Januário de Oliveira dava um colorido todo especial. “Entram os maqueiros para fazer o primeiro carreto da noite”, “ Tá lá um corpo estendido no chão”, “Su su super Ézio, é gol do Fluminense” e por aí vai.

Bem, a frase é a pitoresca “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!” . Simplista, redundante, um show de pleonasmo vicioso, porém verdadeira. Mais ou menos como cada macaco no seu galho, cada coisa em seu lugar e por aí vai.

Estão querendo proibir a torcida do Atlético de levar qualquer objeto, instrumento musical, faixas, bandeiras ou badulaques quaisquer indicando o fato de que na Baixada a torcida visitante também tem lá suas restrições. Vamos jogar limpo, até bem pouco tempo atrás a direção atleticana proibia até mesmo a própria torcida rubro-negra de levar faixas, bandeiras e teve um tempo em que até mesmo a bateria foi tirada de dentro da Arena. Tratamento igualitário entre torcidas portanto.

Com o passar do tempo, algumas coisas mudaram, faixas foram permitidas, obedecendo determinado tamanho, a bateria voltou para alegria de todos os atleticanos e até mesmo a emblemática caveira está novamente em seu ninho, animando ainda mais a festa rubro-negra. Até mesmo o preço que é cobrado aos adversários é o mesmo cobrado pelo setor similar na Baixada, R$ 30, tendo ficado simplesmente fora da “promoção” que o clube fez no 2º turno do Brasileiro do ano passado. Diferente portanto do que foi feito pelo time das diversas vilas e várias camisas que cobra pelo setor equivalente ao do visitante cerca de 50% a menos no preço dos ingressos.

Outra questão levantada é sobre o número de ingressos para os visitantes. O regulamento fala em 10% do total. O que li em periódico da cidade é que o Atlético coloca menos ingressos a venda, portanto diminui a proporção dos visitantes e depois vende mais. Porém, a verdade é que nos últimos clássicos o rubro-negro simplesmente exigiu que o visitante comprasse antecipadamente suas entradas e então o revendesse aos seus torcedores. Como tem time aí que não lota estádio se não tiver promoção de sopa, não pagou o preço, logo o Atlético como mandante pega o espaço que bem lhe convir e lota! Atitude que a torcida atleticana tomará no próximo domingo, no já aguardado Atletiba.

Deixo aqui algumas sugestões, outras lembranças e um pedido:
- que os atleticanos se juntem na Praça Afonso Botelho para irem juntos ao jogo. O Couto Pereira é central e tanto atleticanos quanto coxas aparecessem por todos os lados. Deixando o carro na Baixada ou indo de coletivo até lá e com a prefeitura disponibilizando linhas exclusivas para dar vazão ao público, indo direto do Joaquim Américo ao Alto da Glória (cobrando passagem normalmente), facilitaria a escolta policial e inibiria a ação de vândalos travestidos de torcedores. Após o jogo, o mesmo procedimento.
- que a PM aja como deve: servindo o cidadão. Educação e respeito são moedas de troca e ações como a feita contra a torcida coxa naquela partida contra o Marília ano passado, só jogam torcedores contra policiais, quando a ação de ambos deveria ser conjunta;
- que se obedeça o combinado. Sempre falam que torcida X sai antes e tudo mais, porém na prática a teoria é outra. Teremos menos atleticanos? Justo e correto que INDEPENDENTEMENTE do resultado os rubro-negros saiam antes, sendo liberada a saída dos rivais uns 15, ou talvez 20 minutos depois;
- proibições de camisas de organizada, faixas grandes, fogos, luzes, fumaça ou outros artefatos da torcida visitante? Ok, é mais fácil de se fiscalizar e evita tumultos. Mas poucos instrumentos da bateria e uma faixa por organizada, com os responsáveis por tal devidamente responsabilizados pelas autoridades policiais dariam um colorido mais especial ao clássico, aumentando a bela rivalidade da dupla Atletiba.
- por fim, que quem vá ao estádio que o faça para torcer, vibrar e cantar a emoção pelo time do coração. Haja o que houver, segunda-feira é dia de trabalho para negros, brancos, amarelos, homens, mulheres, coxas, atleticanos, curiosos, jornalistas, atletas e todos envolvidos nessa partida. Que por mais especial que seja, é somente uma partida de futebol!

Paz...

COMPLEMENTO DA COLUNA
Me perdoem por isso, mas tenho que atualizar, pois tinha pensado sobre isso, me esqueci durante o processo de escrita mas fui lembrado pelo torcedor André, de Castro interior do Paraná.

Outro ponto é sobre o aquecimento no gramado, fato que a imprensa gosta de cutucar o Atlético por não “deixar” o adversário fazê-lo no gramado, esquecendo-se entretanto que nem mesmo o Furacão o faz dentro das 4 linhas, por ter vestiários modernos e amplos, diferente da maioria dos estádios Brasil afora, possibilitando portanto que se faça em área própria, coberta e segura, longe dos humores da torcida local, permitindo porém, que os goleiros usem as balizas ou o centro do gramado para seu aquecimento específico. Cômodo só criticar uma parte, não é não!

Obrigado pela compreensão neste complemento da coluna, feito 15 minutos depois dela entrar no ar e pela lembrança do estimado leitor.


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