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Eduardo Aguiar
Eduardo Aguiar, 51 anos, é jornalista e filho de um coxa-branca (ainda bem que existe a Teoria de Darwin, sobre a Evolução das Espécies!). Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2006.
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Duas análises
23/04/2003
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O momento que vive o Atlético merece não uma análise, mas duas: uma macro, com contexto histórico, e uma micro, sobre a participação neste campeonato brasileiro especificamente.
A péssima campanha do rubro-negro causou uma explosão de crÃticas, de análises negativas e de previsões terrÃveis sobre o futuro não só do time mas do clube em si.
Pois bem. Torcedor, sabemos, é passional mesmo. Não digo que o time e os dirigentes não mereçam crÃticas, mas acho que é necessário contextualizá-las.
Pois dentro deste contexto histórico é preciso ver que o Atlético, apesar das recentes conquistas, continua sendo o mesmo Clube Atlético Paranaense que sempre foi  e do qual sempre nos orgulhamos. Ao contrário do que acontece com clubes do Rio, SP e Minas, o Furacão, mesmo após um tÃtulo brasileiro e com um estádio-modelo, não conseguiu um patrocÃnio decente, nem uma parceria que permitisse investir pesado no futebol. Podem até dizer que essa parceria não veio por pura incompetência da diretoria. Mas pode ser também que tenha sido pelo fato de continuarmos a ser o Atlético de sempre para a mÃdia em geral e para os investidores. Ou não???
O presidente Petraglia vem sendo severamente criticado também por ter emprestado jogadores como Gustavo, Cocito, Fabiano... Ora, que culpa tem ele se o Atlético não conseguiu vender um pentacampeão do mundo? Quem sabe se o Kléberson tivesse sido negociado o rubro-negro ainda não estivesse com estas estrelas em seu elenco e ainda contratado outras? Além disso, vejo um outro dilema: estes mesmos jogadores  o Cocito e o Gustavo, ao menos  tiveram renovações de contrato muito tumultuadas, pois queriam receber salários na faixa de R$ 50 mil. Quem disse que o nosso velho Furacão tem dinheiro para pagar toda esta grana? O Palmeiras e o Corinthians certamente têm...
Além disso, acredito que possivelmente o Fabiano, emprestado ao São Paulo, seja vendido ao Exterior mesmo antes do Kléberson e talvez chegue até a seleção também. Queiram ou não, o clube paulista ainda é uma vitrine bem maior que o nosso Furacão. Ou não?
Agora, uma crÃtica que considero realmente plausÃvel é quanto ao afastamento dos dirigentes campeões brasileiros do clube, principalmente o Ademir Adur e o Valmor Zimmermann  homens que poderiam ajudar e muito o Atlético nesse momento.
Eles foram responsáveis diretos pelo tÃtulo de 2001, à medida em que bateram o pé e bancaram a permanência de Souza, Nem e Geninho na equipe. O que eu não posso responder é: 1) Quanto custou essa permanência aos cofres do clube? 2) Essa conta já foi paga? 3) O Atlético pode se dar ao luxo de cometer estes "excessos" todos os anos? 4) Hoje há dinheiro em caixa para trazer um jogador do nÃvel do Souza?
DifÃcil responder, não é?
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A Furacao.com recebeu dezenas de e-mails de atleticanos revoltados com a situação do clube. Um deles dizia que "não dá para aceitar isso de um time que acostumou mal os torcedores, com boas campanhas desde 1995". Ora, se acostumou mal era porque estava indo bem até agora. E é insensato achar que, de uma hora para outra, alguém queira jogar no lixo esses oito anos de temporadas bem-sucedidas e conquistas inéditas dentro e fora do gramado.
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Sobre o momento do Atlético no Brasileirão, é claro que o puxão de orelha é válido. Há que se cobrar sim mais vontade por parte do elenco. O futebol mostrado contra o Grêmio, na estréia, precisa - e pode - ser reencontrado. Mas daà a fazer previsões de rebaixamento para a segundona vai uma longa distância. O campeonato é longo e o rubro-negro vai sair desse fundo de poço.
E, apesar de todos estes meus devaneios, concordo que há jogadores que não são dignos de vestir mais o manto. O problema é: quem colocar no lugar deles??? Concordo que a diretoria deveria trazer pelo menos mais um reforço, um bom meia cancha, um camisa 10 que sirva o ataque e faça gols. E que o Vadão precisa definir logo seu esquema de jogo.
Mesmo assim, vamos sair dessa. Quer apostar?
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