Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 44 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Missão cumprida, lição aprendida

04/12/2007


O ano foi tenso. Foram várias rodadas na zona de rebaixamento, que deixaram a torcida agoniada quanto ao futuro do Atlético. No fim, tudo acabou bem - o descenso passou longe, e o Clube ainda garantiu uma vaga para a Sulamericana.

Este ano conturbado deixa uma série de lições. A primeira delas é que não vale a pena insistir em um treinador que não traz resultados e que não tem o perfil para dirigir o Atlético. A demora para substituir Vadão nos custou a eliminação no Paranaense e várias rodadas de angústia temendo a segunda divisão no Brasileirão.

Ademais, a manutenção de Ney Franco para a próxima temporada mostra que a diretoria entendeu a necessidade de ter um treinador já formado, ao invés de realizar experiências como foi feito por diversas vezes.

Outra lição importante foi quanto a contratações. Na hora em que o bicho pegou, os dirigentes atleticanos abriram o bolso e trouxeram Antonio Carlos, Claiton e Marcelo Ramos. Todos foram de extrema importância para a melhora no rendimento do time, comprovando que vale a pena realizar investimentos no principal objeto do Clube: o futebol.

Por fim, a principal lição deixada foi com relação à torcida. Mesmo os mais céticos não podem contestar os números: no primeiro turno, com os ingressos abusivos, o Clube conseguiu, em casa, apenas três vitórias, contra cinco empates e duas derrotas. Após a promoção dos ingressos, o time não perdeu mais: foram oito vitórias e apenas dois empates.

De uma vez por todas, o Atlético não pode prescindir de sua torcida. Entendemos que o clube precisa de receitas, mas asfixiar sua torcida não é o caminho. Caminhando junto a ela, o Atlético é muito maior. Claro que só torcida não basta, vide o Corinthians que foi rebaixado, tamanha era a fragilidade de seu elenco. Mas no caso do Atlético, todas suas glórias aconteceram aliando times competitivos com a força de sua torcida apaixonada.

Se fica algum alento depois deste ano conturbado, foi a capacidade de nossos dirigentes de reverter uma situação delicada. A missão foi cumprida com êxito total. Resta utilizar este aprendizado para as próximas temporadas.


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