Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

Pra não dizer que não falei de estrelas

22/11/2007


Em qualquer roda de conversa na Boca Maldita em que o assunto seja futebol (e via de regra, futebol e política são os temas mais discutidos por lá) as estrelas são a moda do momento. Elas romperam fronteiras e, por incrível que pareça, apesar de tão distintas, uniram nos últimos dias atleticanos e coxas-brancas num assunto em comum: as tais estrelas estampadas na camisa do Atlético, referências às duas principais conquistas do clube até aqui. As estrelas que orgulham todos os fanáticos e apaixonados atleticanos ao mesmo tempo perturbam e mexem com o imaginário das torcidas de Curitiba.

A estrela prata

O lado coxa-branca sente com 12 anos de atraso em relação aos atleticanos o gostinho de (quem sabe?) conquistar enfim um título nacional depois de mais de 20 anos. Ao contrário do Furacão, que em 1995 conquistou o título da Série B e em 2001 o da série A, seguindo a ordem natural das coisas e a teoria da evolução que todos aqueles que buscam o progresso um dia passam. Um casamento perfeito, com duas das maiores conquistas do clube conquistadas na ordem correta, na evolução natural das coisas do mundo da bola. Crescemos, prosperamos.... felizmente regredir não é a nossa praia.

Algumas pessoas questionam a existência da estrela prata em nossa camisa. Pobres de espírito, que não são capazes de entender toda a simbologia que está estampada dentro desta estrela. Está lá no hino: “O coração atleticano estará sempre voltado para os feitos do presente e as glórias do passado”. Quer justificativa melhor?

A nossa estrela prata não é uma referência ao título conquistado (de forma limpa e justa, dentro de campo) na segunda divisão. Na verdade ela é a personificação da mudança, da revolução em que passou o Atlético a partir de 1995. Ao contrário de ser “o fim” (como é para muitos clubes, que pensam pequeno ao querer apenas voltar à elite do futebol nacional), para os atleticanos a estrela prata é uma espécie de marco zero. Saímos de lá para sermos o que somos hoje e planejarmos uma trajetória de muito mais crescimento, vitórias e conquistas.

Para isso que nos serve a estrela prateada no nosso peito. Para que nos momentos de maior euforia, nas nossas mais promissoras e vitoriosas jornadas, jamais nos esqueçamos da onde saímos e de tudo de bom que vivemos a partir de 1995.

A estrela pode ser pequenininha, mas dentro dela está muito mais do que uma homenagem a ídolos como Ricardo Pinto, Oséas, Paulo Rink. Dentro dela brilha forte o símbolo de uma revolução, de uma mudança de uma nação que tem raça e não teme a própria morte, mas que caminha de forma sólida para construir um presente e um futuro ainda mais vencedor, ainda mais atleticano.

A estrela dourada

No lado atleticano, outro assunto toma conta e é motivo de preocupação. Se você olhar atentamente a estrela dourada que estampamos com orgulho em nosso peito, símbolo maior da nossa principal conquista até hoje, verá dentro dela, bem no centro da estrela dourada, brilhar absoluto um nome: Alex Mineiro. Alex do Furacão!

Grandes nomes ajudaram a construir a história desta estrela em nosso peito. Mas nenhum deles tem o brilho de Alex. Nenhum deles tem a importância que teve Alex. Alex Mineiro não é apenas um ídolo da torcida atleticana. É muito mais do que um integrante na galeria dos grandes jogadores que passaram pelo clube. Alex Mineiro é a personificação da nossa conquista maior, é a nossa referência, é a nossa prova viva de que nenhuma conquista é impossível para o Atlético.

Pelos boatos que correm no mundo do futebol, Alex Mineiro está prestes a jogar seus últimos 180 minutos com a camisa que o consagrou. Os últimos 180 minutos jogando com a estrela que ele fez nascer.

Alex Mineiro e Atlético têm uma relação íntima e de cumplicidade. Aqui, ele não é só a estrela. Com Alex no Furacão a estrela do nosso orgulho e da nossa conquista maior tem vida própria. Fica, Alex Mineiro! Fica Alex do Furacão! O Atlético e os atleticanos precisam de você!!!!

“Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”

(Geraldo Vandré - Pra não dizer que não falei das flores)


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