Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Por qué no te callas?

14/11/2007


Tenho amigos na imprensa. Amigos são do mundo da imprensa, dentre eles alguns aqui mesmo do site, os meus colegas de trabalho aos quais reputo grande parte do sucesso que temos aqui e minha irmã é uma excelente jornalista inclusive. Aliás, bem pensado, apesar da imparcialidade dentro da parcialidade, como diria o amigo e editor Sérgio Tavares, também fazemos parte da imprensa escrevendo aqui. Sérgio Tavares é inclusive outro grande jornalista.

Mas a imprensa esportiva está demais! Semana passada fiz uma crítica ao ufanista, fanático e até mesmo vergonhoso jeito da imprensa verde falar sobre seu time, no texto Quero ser Grande. O problema porém, me parece bem maior.

Não fosse a mesma imprensa daqui, por mais fraca que seja, a mudança de tabela que fizeram, simplesmente porque a detentora dos direitos de transmissão quer ter jogo para passar às quartas-feiras, ninguém repararia que o tricolor das diversas vilas, várias camisas e poucos torcedores foi prejudicado!

Sim, o Paraná está com o pezinho na cova, mas outras vezes já escapou na última rodada e acho justo que caiam dentro de campo, em igualdade de condições com seus concorrentes, até para não ouvir o choro da meia dúzia depois se dizendo injustiçados!

A mesma imprensa que parece se calar diante dos fatos pré e os atuais sobre a realização da Copa do Mundo no Brasil, que conta entre as candidatas a cidades sede, nossa bela e amada Curitiba. O jornal de maior circulação do Estado chegou a fazer um infográfico, cópia mequetrefe da Folha de São Paulo, para comparar os estádios e concluir que ..... o Pinheirão teria mais condições de receber os jogos!

Que falassem de uma mega, ultra, giga, terá revolução no Couto Pereira, com super desapropriações, com mais uma vez, desenhos (que aceitam tudo) e maquetes (os computadores são geniais) que poderiam convencer alguém, mas a FPF, junto do “Fessô” Miranda e do Rei dos Pangarés bancando uma, mais uma, invenção no Pinheirão, é de sacrificar meus poucos neurônios! Imprensa meia boca, por que não te calas ao invés de escrever besteiras desse naipe?

Agora as bolas da vez da imprensa nacional são o Corinthians e o Flamengo, coincidentemente as duas maiores torcidas do país e as que detém um grande número de aficionados tão fanáticos como as torcidas de Internacional, Galo Mineiro, Sport e a inigualável torcida do Furacão. Um de cada lado da tabela, tem espaço garantido, como sempre têm, pela força popular que merecidamente representam.

Mas ficar ouvindo o tal de São Felipe toda hora não dá! O sujeito é um grande goleiro, mas não o acho melhor ou tão melhor que outros paulistas Rogério Ceni ou Diego Cavalieri por exemplo. O medíocre time corinthiano se afundou inclusive por escândalos de ordem financeira e muito mais do que na esfera desportiva mereciam pesada punição, assim como os grandes Juventus e Milan sofreram na Itália. No Brasil, quem peca e se dá bem é malandro, mané é quem joga com as regras. O Goiás simplesmente não existia na partida, não fazia nada mais que figuração e até o canalha recurso de colocar microfones somente à frente de uma torcida foi utilizado, criando um ambiente de Pacaembu num estádio recheado de torcedores do alviverde do planalto central. A torcida para vê-los fora da segundona, onde estiveram grandes clubes como Palmeiras, Grêmio, Atlético Mineiro e Vitória e times intermediários é irritante, maltrata os adversários que ainda lutam e busca um monopólio da verdade que inexiste.

Outro caso é o Flamengo e sua estupenda torcida. Primeiro queria lembrar o choro do meia Cristian, que não conseguiu repetir no Atlético suas boas atuações do Paulista e agora as repete no Mengo. Beleza, sorte dele, bom financeiramente para o Atlético, ainda mais porque o então encostado Clayton veio pra cá e preencheu divinamente bem uma lacuna no meio campo, além de um vazio de experiência e liderança que tínhamos até aquele momento.

Cristian, aquele mediano jogador que tinha o hábito de pensar ser Zidane (obrigado, Kaiut) e que está feliz no clube brasileiro tido como o “mais querido do Brasil” assinou um contrato em que o Atlético o impede de enfrentá-lo, enquanto o mesmo tiver vínculo contratual com o Furacão. Simples, claro, assinado, coisa de homem que honra o que assina, coisa que atacante de time campeão brasileiro não fez. Agora chorar pitangas para a imprensa e querer fazer do Atlético o ruim da história, é demais. É o tipo de coisa que não merece a repercussão que teve. Imprensa, por que não te calas uma hora dessas?

A outra coisa é a pena sofrida pelo time da Gávea pelo STJD, por torcedores terem arremessado uma lata cheia de cerveja e fogos no trio de arbitragem no jogo contra o time gremista no Maracanã. Denunciado, acusado, apenado e agora... recursado! Se cabe ao Flamengo entrar com o recurso, caberia normalmente ao tribunal não aceitá-lo e a imprensa ver a justiça que estaria sendo feita. Por causa de copo plástico que sequer chegou perto do banco de reservas, e pior ainda, por causa de um copo com serveja, como escreveu o árbitro da partida contra o Corinthians ano passado, mostrando ser uma pessoa semi-alfabetizada, jogamos com portões fechados ano passado e tivemos jogos em outras praças diversas outras vezes.

Mas a imprensa, aquela que se mete onde não deve e em alguns casos deveria calar-se, só fala da torcida do Mengão, em que torcida é essa, dos recordes e mais recordes por ela batidos, do verdadeiro show que particularmente conheço de perto, acho lindo, mas nada demais para quem pode tudo, algo bem diferente de nossa torcida que dá show mesmo com algumas restrições, hoje já bem menores que antes, e que essa torcida não pode ser prejudicada! Por causa de um ou outro miolo mole, não se pode prejudicar uma nação de 60 mil pessoas no Maraca e mais de 30 milhões no mundo afora.

Para uns vale a lei, para outros não imprensa nacional? Por que não te calas com a defesa de uma vergonha dessas?


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