Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Casamento

14/11/2007


- Você, Viviane Fernandes, aceita Rodrigo Abud como seu legítimo esposo?
- Sim!
- Você, Rodrigo Abud, aceita Viviane Fernandes como sua legítima esposa?
- É óbvio que sim, seu padre, vou vacilar com um mulherão desses?

Caro leitor, a primeira, segunda e terceira frases você com certeza já ouviu, ao vivo. A quarto não, e nunca ouvirá. Já estive em vários casamentos e nunca presenciei alguém mudando o protocolo.

Por ser uma das instituições mais fortes e antigas que existem, ninguém ousa mexer com ele: o casamento.

Nos últimos anos, o que mudou foi que a sociedade passou a encarar o casamento como algo para poucos, primeiro pela dificuldade em se ter um relacionamento duradouro, depois pelo custo. O que muitos casais estão fazendo é simplesmente juntar os trapos e vida que segue. Se der certo, maravilha! Se der errado, cada um para o seu lado e realiza-se o rateio dos bens adquiridos pelo casal. Via de regra a mulher fica com os melhores.

Com isso, os pares românticos atuais, evitam o desgaste de cartório, e toda a parte burocrática envolvida nesse processo. Porém, mesmo com a evolução no modus operandi dos relacionamentos o casamento segue firme e forte.

Conheço inúmeros casais que se encontram casados há 10, 20, 30 anos ou mais. Conheço também um casamento que já dura mais de 80 anos. O Clube Atlético Paranaense e sua fanática torcida, que formam o casamento perfeito.

Não existe no Brasil algo similar ao que vemos em Curitiba. O que foi o jogo contra o Grêmio? O time que tem a pecha de imortal e copeiro perdeu o psicológico na Baixada. Em que outro lugar se vê isso?

A mídia insiste em exaltar a torcida do Flamengo, que goza de vários privilégios como ingresso barato, um grande número de torcedores não pagantes. A torcida flamenguista realmente faz a diferença, mas a atleticana também faz. Fazer festa com todas as condições possíveis é fácil, fazer festa com todas as restrições possíveis é que é o complicado.

Mesmo assim a torcida atleticana tirou o time do rebaixamento, como fez a do Flamengo, colocou-o com chances de disputar uma vaga para a Libertadores, como fez a do Flamengo e lotou o estádio como fez a do Flamengo. Mas de quem a imprensa comenta somente? Da festa no Maracanã.

Estivesse o Atlético no Rio ou em São Paulo a fanática torcida rubro-negra estaria ministrando workshops para as demais torcidas, mas como não temos o olhar da grande mídia voltado para cá, continuamos com o apoio ao Furacão, aonde quer que ele esteja. Como diz a Fanáticos de que "Ir para o interior de São Paulo, com ônibus de graça, qualquer um vai", mas invadir de Buenos Aires a Mogi Mirim é só para quem ama o time de verdade, deixando latente os principais sentimentos para quem pretende contrair matrimônio: amor, união, fidelidade e devoção (fanatismo).

Por isso deixo meus mais sinceros votos de felicidades aos amigos que casaram recentemente, ou os que o farão em breve: Moacir Tosin e Fernanda Simas, Gian Poffo e Sandra Meneghini, Fábio Bastos e Renata Cresto, Bruno Garofani e Vanessa Gregorczyk, Karine Mendes e Thiago Bassi, Ricardo Lyjak e Mariana Amorim, Rafael Reis e Fabiola Benthien e Daniel Morozowski e Joyce Capalbo.

Felicidades e que, assim como a paixão da torcida atleticana pelo Furacão, o casamento de todos seja eterno.

Errata

Indiquei na última coluna o vídeo de uma festa da Fanáticos. Fui alertado pelo colega Renato Sozzi de que não se tratava da festa de 15 anos, mas sim de um evento patrocinado por um candidato a vereador.

Dica de vídeo

Para quem quiser relembrar a invasão a Mogi Mirim, nesta coluna, indico o vídeo de uma reportagem da CNT, quando do acesso do Atlético a primeira divisão em 1995. O vídeo foi postado pelo usuário "jonesrossi":



Quem quiser encaminhar uma sugestão de vídeo, pode fazê-lo pelo formulário disponível abaixo desta coluna.


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