Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

Oléééééééééé!

09/11/2007


Em um dos julgamentos mais justos da história do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o Atlético foi absolvido de qualquer tipo de responsabilidade pelos atos lamentáveis protagonizados pelos jogadores gremistas após o jogo entre os dois clubes, no dia 31 de outubro, na Arena da Baixada. Foi a vitória da justiça, da dignidade, do futebol contra a violência, o golpe baixo, a covardia. Não foi uma simples vitória atleticana nos tribunais. Foi uma prova de que o futebol bonito, a arte, o espetáculo ainda têm vez nos campos brasileiros.

Denunciar o Atlético e levar o clube a julgamento é uma coisa perfeitamente compreensível, afinal, apesar de protagonizados pelos gremistas, os atos lamentáveis e todos os incidentes daquela partida aconteceram em terras atleticanas. Mas, ao contrário de tanta besteira que lemos e ouvimos nos últimos dias, seria impossível tecnicamente o Atlético ser condenado. Se o fosse, poderíamos afirmar categoricamente: é a mais absurda prova de injustiça da história do STJD.

Felizmente, a justiça tarda mas não falha. E no nosso caso, foram necessários apenas dez dias para que a verdade e a justiça aparecessem. Duvidar do padrão de segurança da Arena da Baixada é prova máxima de insanidade. O estádio foi concebido nos padrões e exigências de segurança da Fifa. Aquilo que o Brasil verá em suas praças esportivas em 2014, os atleticanos já vêem desde 1999.

A zona mista (que para os gremistas é sinônimo de campo de batalha), alvo maior das polêmicas dos últimos dias, “só” é uma exigência da Fifa para a Copa do Mundo. Porque a entidade, assim como o Atlético Paranaense, acredita que atletas são dotados de conceitos de civilidade, fair-play e não seres irracionais que precisam ser separados por sistemas de segurança avançadíssimos.

Por isso soava como insano imaginar uma possível punição ao Atlético. Àqueles que apostavam em perda de mando, interdição de estádio e que se omitiram de apresentar essa verdade ao público e as torcedores por razões que beiram desde má-intenção até má-vontade hoje são tão derrotados quanto os próprios gremistas. Justiça seja feita, punindo-se quem merece e absolvendo-se quem também é merecedor. Foi o que aconteceu na noite desta sexta-feira no STJD.

E no fim, o encontro entre Atlético e Grêmio, no último dia 31 de outubro, nos deu uma prova de que o futebol bonito, rápido, alegre ainda têm vez nos estádios de futebol. A vitória desta sexta-feira, no STJD, é só a cereja do bolo (de chocolate!) dessa partida, que premiou como vencedor o time que entrou em campo para jogar futebol, dar espetáculo e encantar o público. Ainda ecoa na Baixada e na memória de todos os atleticanos: olééééééééééé!


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