Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Quero ser grande

07/11/2007


Sinopse: Josh é um garoto que vai a um parque de diversões e faz um pedido a uma das máquinas do local: ele quer ser grande! Na manhã seguinte, ao acordar, Josh vê que seu pedido foi realizado e ele agora tem a aparência de um adulto (Hanks). Com a ajuda de seu melhor amigo, Josh tentará se adaptar ao mundo dos adultos: arrumará um emprego e terá seu primeiro encontro com uma mulher (Perkins). Como ele irá encarar este mundo que lhe é tão estranho? E, será que um dia ele voltará a ser criança?

Confesso que só fui com a cara do excelente Tom Hanks depois de “Forest Gump”. Gostar mesmo dele, só depois de “O Resgate do Soldado Ryan”. “Quero Ser Grande” foi mais uma daquelas comédias de iniciante no cinema, engraçadinha, ao melhor estilo sessão da tarde, mas que nada acrescenta ao currículo de um cinéfilo.

Agora, de volta à elite, com a emoção de voltar a jogar em Beira-Rio, Mineirão, Maracanã e Vila Belmiro, os coxas estão em polvorosa. Após uma brilhante campanha, tendo como concorrentes o histórico Ipatinga, o Marília com sua enorme e fanática torcida e ganhando com sobras até mesmo do poderoso Barueri, estão de volta e o que mais ouço é o tal “voltou para o lugar de onde nunca deveria ter saído”.

Primeiro um parênteses à torcida coxa, pois tenho alguns de meus mais bem quistos amigos, fanáticos pelo alviverde. Enumerar ou nomear seria injusto, mas Andrea, Juninho, Fly, Michel, Lele, Dana, Doizinho, Brocolis, a linda Letícia, Lafa, o Fernando que viu mais jogos de seu bar que no estádio e muitos outros merecem meu respeito e admiração pelo masoquismo. Parabéns, vocês merecem ser felizes!

Mas a imprensa, tá de sacanagem, como diria o capitão Renan em Tropa de Elite. Imprensa esportiva, aliás, que parece ser o único meio em que os verdes ainda são maioria, extrema maioria na verdade! Essa pesquisa vocês levam, podem ter certeza! Mas estão colocando na cabeça dos incautos, que o time do Gionédis é uma máquina.

Vamos ser bem justos e honestos, nem comparo com os ponteiros do campeonato, mas o estupendo Henrique não tem nada demais se comparado ao nosso regular, discreto e também jovem Rhodolfo. Pedro Ken (quem?) é um jogador moderno, me lembra muito um atleta do São Paulo cujo grande predicado é atuar em todas as posições. Serviria para pegar bolas chutadas por Adriano Gabiru, hoje no Sport Recife. Já o badalado Keirrisson fez o mesmo número de gols de Alex Mineiro, que ficou um turno inteiro no estaleiro. O jovem coxa, talvez pudesse engraxar as chuteiras do 9 atleticano.

Não enganem a torcida coxa, aquela que este ano sentiu um pouco o que nós atleticanos sentimos há mais de oito décadas, um amor incondicional, um apoio irrestrito e ajuda ao time do coração. Bonito isso! Fecha parênteses.

Vão voltar para o lugar de onde nunca deveriam ter saído? Que diferença fez ao futebol pentacampeão mundial o time verde estar fora da elite nesses últimos dois anos? Quem sentiu falta fomos nós, de 6 pontos ano passado e mais 6 este ano, que poderiam nos colocar com força entre os postulantes à Libertadores 2008. Algum clássico extra regional como o que temos com Grêmio, os jogos tensos com o tricolor paulista, ou o histórico de rivalidade com o Fluminense se compara a algum coxa X Santos, coxa X Palmeiras ou alguma partida em que os adversários os encarem como rival, não como mero adversário?

Que diferença fez o coxa estar por 10 anos na primeira divisão, assistindo o Furacão disputar 3 Libertadores, e inobstante passar de fase, algo inédito ao time do Alto da Glória e chegar inclusive numa final? Que diferença fez o coxa estar na série A por uma década, se não apenas ver de camarote nosso maior triunfo em 2001, na mesma São Caetano do Sul que sepultou as esperanças coxas em 2005? Voltar para onde, se sua presença entre os grandes passa quase desapercebida?

Então senhores, continuem com essa vontade de ser grande. Mas cuidem para diferente de Tom Hanks no filme, vocês não queiram voltar a ser crianças, numa divisão onde mais ganham do que perdem, onde tudo parece festa, só porque sentirão que na primeira divisão, o negócio é bem mais complicado.

Por fim, um pedido: FICA GIONÉDIS!


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