Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

A rádio

06/11/2007


Gosto de escutar a Rádio Transamérica. Dou boas risadas com o ET, acompanho as entrevistas de Caco Mazanek, a narração de Moura Junior e a ancoragem de Marcelo Fachinello. Após as partidas sigo o “Debate Bola Transamérica” e os comentários de Airton Cordeiro e Fernando Gomes.

É sobre eles que quero fazer meu comentário, em especial ao tratamento dado por cada um ao mesmo fato, que foi a confusão entre Atlético e Grêmio. Esperei a poeira baixar para ter a certeza exata do que escrever, isentando minha análise das emoções naturais nesse tipo de momento.

Fernando Gomes quando comentou o fato, teve a preocupação de se manter bem informado, em especial na imprensa gaúcha, buscando informações no Zero Hora e Rádio Gaúcha, além de tratar com especial cuidado a nota assinada pela diretoria do Grêmio. Citou a entrevista do técnico Mano Menezes, disponível para quem quiser vê-la e analisá-la no Youtube. Com essa postura ele manteve bem informados os ouvintes da Transamérica, que ganharam com a qualidade de seus comentários.

O mesmo cuidado não teve Airton Cordeiro, tendo as mesmas possibilidades que teve Fernando Gomes. Quando Marcelo Fachinello leu a nota oficial da diretoria gremista, que inclusive ataca a imprensa do Paraná, Airton se perdeu em uma série de comentários sobre Mário Celso Petraglia, dizendo até que o aconselhou quando ambos tinham uma boa convivência e que “Petraglia deveria se preservar”. Um bom conselho de pai para filho. Sobre a Nota Oficial do Grêmio, ao contrário do que fez Fernando Gomes, pouco ou nenhum comentário.

A diferença entre Petraglia e Airton retira desse último a isenção que o jornalismo requer e exige para sua boa prática. No comentário surgiram ainda protestos e citação da liminar que permite à Rádio fazer as suas transmissões. Qual a pertinência disso no assunto em questão? Da forma como a coisa foi colocada, fica sendo o dirigente do Atlético a fonte de todo mal, a besta que desperta a fúria de tudo e todos.

Airton também atacou Petraglia, ao citar suas ligações com o PT e também pelo fato do Presidente do Conselho Gestor do Atlético ter aceitado uma coordenação na campanha à Prefeitura de Curitiba. Isso foi pelo tom de voz, “criminalizado”, pois Petraglia teria feito esse tipo de acordo em troca da indicação da Baixada como estádio da Copa do Mundo de 2014. Pouco importa para o caso Grêmio X Atlético se essas articulações são legítimas ou não. Mas se assunto era pertinente para aquele momento, o que dizer da união entre Coritiba e Paraná em defesa do espaço do Pinheirão e até mesmo da construção de uma nova praça esportiva, tudo para que a sede da copa não seja a Baixada? Enfim, o que Petraglia faz para Airton é ilegítimo e errado.

Fachinello fechou o assunto dizendo que “nessa situação não haviam anjos”. Não acho que Petraglia seja anjo. Mas deve haver mais isenção para mostrar que ele é um demônio. Será que foi ele que agrediu o 10 do Grêmio? Será que ele foi de fato emboscar os dirigentes do Grêmio?

Em tempo, ontem como comentarista Airton disse que o Atlético foi “humilhado” no primeiro tempo jogo. Assisti a partida toda e revi o primeiro tempo procurando a humilhação. Confesso que realmente temos visões diferentes do mundo.

Vou continuar ouvindo a Transamérica pois os profissionais de lá tem meu respeito. Rogério Afonso é um grande profissional e soube apresentar uma excelente alternativa para quem gosta de futebol. Airton tem o meu respeito e como pessoa pública, que disponibiliza suas opiniões para análise, tem a oportunidade de analisar seu comportamento. E continuar fazendo um bom trabalho.


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