Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Fica, Ney Franco!

01/11/2007


O Atlético é um outro Atlético? Há quem diga, há até quem afirme. Há até mesmo quem jure de pé junto: “esse Atlético é outro Atlético!”. Mas não é. Teoricamente, e na leitura do elenco, o Atlético é praticamente o mesmo, com a diferença de que por muito tempo permaneceu sem a presença da inteligência e do talento de Alex Mineiro. Fora Alex, uma peça aqui e outra ali, o Atlético é o mesmo, aguardando apenas alguém que fizesse a motivação pairar sobre o CT do Caju. E desde que Ney chegou, aí sim eu concordo: o Atlético nunca mais foi o mesmo.

E o que faltava, Ney Franco trouxe: atitude. E o que faltava, Ney Franco deu: tranqüilidade. E o que não tinha, Ney Franco exigiu: união. Ontem, na saída do estádio, ainda em estado de êxtase e adrenalina pura, comentei com meu sogro sobre a impressionante leitura que Ney Franco faz durante o jogo. É um sábio do futebol. Quando alterou a zaga, com a inesperada saída de Antonio Carlos, soube manter um esquema forte, e quando decidiu alterar o esquema, foi perfeito e sacou Corrêa para simplesmente “tomar conta” do meio de campo. Evandro passou da bola, entrou com vontade e parecia querer “engolir” o Grêmio.

Por ser um líder, Ney Franco impôs um respeito que há muito tempo não víamos no Atlético. Sereno, tranqüilo e coerente, hoje nós temos um técnico que não “discursa” na entrevista coletiva. Temos um técnico que analisa, comenta, explica e não deixa nenhuma dúvida a quem está lhe ouvindo. Se foi dada a Ney Franco a autonomia para trabalhar, o que também era necessário dentro do clube, o comandante soube utilizá-la com maestria, e fez de sua autonomia, a cara do Atlético. Deu força aos nossos zagueiros, acreditou em Rodholfo, um gigante na zaga do Atlético, deu consistência ao meio de campo e deu liberdade para os atletas mostrarem aquilo que têm de melhor. Como um domador de feras, Ney Franco comanda uma equipe com dois leões: Valência e Ferreira. Craques, incontestáveis. Verdadeiros guerreiros.

E o que falar de Claiton? A cara do Atléltico! Lhe caiu como uma luva aquela camisa que Claiton tirou no fim do jogo, rodopiou sobre a cabeça e como num ato de verdadeira alegria, cantou e dançou ao ritmo da torcida atleticana. Emocionou! Jogou demais, alisou e amaciou a bola quando transpassou a pelota sobre as cabeças dos gremistas e encheu os olhos de mais de 20 mil atleticanos. Claiton já é ídolo, é da caveira, e está fazendo por merecer a tarja que Ney Franco lhe presenteou. O Atlético precisa de líderes assim dentro de campo: com voz, com força e com o sincero desejo de vencer.

Eu não conhecia Ney Franco. Aliás, também fui franco ao omitir minha opinião sobre o novo treinador, que iria fazer sua estréia em Porto Alegre, contra o Inter. Se não conheço, poupo críticas, ou até mesmo palpites que podem ser furados ou não. Deixei acontecer, e como milhares de atleticanos, paguei pra ver. Não me arrependi. Deixo aqui meus sinceros cumprimentos à diretoria atleticana, aos dirigentes que trouxeram Ney Franco e atiraram ao comandante a responsabilidade de tirar o Atlético da segunda divisão de 2008.

Ney fez mais do que isso. Deu ao torcedor atleticano o alívio de mais uma vez poder depositar toda a sua confiança nas mãos de um homem que sabe tudo de futebol. E por falar em mãos, está nas mãos da nossa diretoria o passaporte para o ano vitorioso de 2008. A permanência de Ney pode dar início, finalmente, a um planejamento correto, sensato e vitorioso.

Mario Celso Petraglia: é para o bem de todos, é para a felicidade geral da nação atleticana:

Fica, Ney Franco!


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