Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

O choro é livre

29/10/2007


O ‘macho’ time do GF Porto Alegrense quer garantias para seus atletas na partida da próxima quarta diante do Furacão, na Baixada que certamente estará tomada de atleticanos que de alma e coração estarão lá desprovidos de qualquer espírito de porco, apenas ensinando para os tricolores como se torce de verdade, de sua própria maneira, sem ter que copiar de cabo a rabo os hermanos argentinos.

A violência desnecessária do time gremista ainda está na retina do torcedor atleticano. Na retina do torcedor, nos ossos da face do ídolo Alex Mineiro e nos dentes do garoto Evandro. Não à toa, o Grêmio é reincidente, pois covardemente atacou o bom meia Valdivia do Palmeiras em partida recente. A imprensa aliás, apegou-se a este jogo por ser contra um time do eixo, passando quase ao largo do acontecido com os jogadores rubro-negros na “batalha do olímpico”.

Eu mesmo já defendi o Grêmio aqui neste mesmo espaço. Numa crítica à maneira como a imprensa trata fatos semelhantes, escrevi que “quando cito o eixo, sempre lembro do Grêmio. O violento, truculento e bruto time de Felipão, dos gringos Arce e Rivarola e do polêmico e extrovertido Paulo Nunes, se tornou o brioso, o raçudo, o lutador Palmeiras que conquistou a América. Conquistou com tantos méritos e pontapés quanto o tricolor gaúcho! Mas o enfoque dado era totalmente diferente.” Está aí, escrito no dia 02 de outubro próximo passado.

Mas agora querer posar de santo, de indefeso e pedir arrego, é algo que nada se assemelha ao jeito tosco, de barba por fazer, bigode, chapéu e bota que eles tanto gostam de ostentar. São bem viris e machões dentro de casa e agora aqui, onde nunca tiveram qualquer tipo de problema já pedem proteção por antecedência? Que espécie de gaúcho és tu gremista?

A história, tradição e torcida que o tanto o Grêmio quando o Inter conseguem arregimentar no sul do país quando estão lutando por títulos contra times do eixo, não pode ter essa marca de medo. Ou seria vergonha? Ou seria peso na consciência, sabendo que o tal Tcheco, além de cometer o pênalti, deveria ter sido expulso, nada sofreu, esculhambou o péssimo árbitro o jogo todo e ainda cavou a expulsão de Clayton naquela mesma partida? Mesma partida em que um soco covarde, pois quem ataca pelas costas não honra o culhão que tem, tirou do menino Evandro sua chance de retomar seu bom futebol, perdido no tempo?

O Atlético senhores, lhes garanto, quer jogar bola. Está preparado para isso. Qualificou o elenco em relação ao time daquele primeiro turno, se ressentiu e sofreu muito com a perda de seu melhor jogador e ídolo inconteste da nação atleticana, Alex Mineiro e agora tem um treinador de verdade. Estamos preparados sim para fazer outra grande partida de futebol, para mostrar na bola que podemos suplantar até mesmo o bom time gremista, que com excelência é treinado por Mano Menezes, que assim como Ney Franco pertence a uma nova geração de treinadores com uma visão mais moderna do futebol.

Venham para jogar bola, deixem de ver fantasmas onde não existem. Venham gremistas, de espírito aberto e prontos para ver um (mais um) verdadeiro show nas cadeiras do limpo, confortável e seguro Joaquim Américo, já que não estão muito acostumados com isso. Venham para uma partida de futebol e não para uma guerra, pois é assim que o futebol deve ser tratado.

Mas não provoquem. Sangue de barata aqui não tem. E se não é lenda de gaúcho, sendo verdade que “não tá morto quem peleia” , saibam que o Atlético está mais vivo do que nunca. Sejam bem vindos, mas agüentem o tranco!

ARREMATE

“Tristeza não tem fim/
Felicidade sim
A Felicidade, Antonio Carlos Jobim & Vinicius de Moraes


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