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Eduardo Aguiar
Eduardo Aguiar, 51 anos, é jornalista e filho de um coxa-branca (ainda bem que existe a Teoria de Darwin, sobre a Evolução das Espécies!). Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2006.
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79 anos de sofrimento e glória
26/03/2003
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Houve uma época em que o sofrimento dos atleticanos era enorme. Tão grande que o presidente Jofre Cabral, um sÃmbolo da nação rubro-negra, morreu do coração ao ver o seu time ser derrotado pelo inexpressivo Paraná, de Londrina. Isso foi em 1968. Nessa época, os tÃtulos demoravam mais de década para chegar: 1958, 1970, 1982... Foi assim que o torcedor do Atlético ganhou a fama de sofredor. Mas, como convém a quem tem raça e talento, malÃcia e arte, inverteu os papéis, capitalizando isso para fomentar o orgulho rubro-negro.
O Atlético, na sua humildade e seu amadorismo de então, fez com que sua torcida se tornasse uma grande famÃlia. O lar era a velha e boa Baixada, o Estádio Joaquim Américo. Como conta o Alfredo Gottardi Junior, zagueiro dos anos 70, filho do grande Caju, a Majestade do Arco, titular da seleção brasileira: "Me criei naquele campo. Meu tio era supervisor do estádio e ajudávamos a cortar a grama. Me lembro que ia meu pai, meus tios, meus primos... Os mais velhos cortavam a grama, e os primos mais novos varriam. E ai de nós se deixássemos um pedacinho de sujeira que meu tio nos quebrava de pau... "
Muitos dos torcedores das novas gerações, que vêem o Atlético de hoje, da monumental Arena e do modernÃssimo CT do Caju, talvez não saibam dessas histórias. É que, para a sorte deles, o Rubro-Negro deixou o romantismo de lado e entrou na era do profissionalismo. E, nessa fase, atingiu suas maiores glórias: o tÃtulo de Campeão Brasileiro (foto), duas participações na Libertadores, um estádio modelo para o Brasil, um pentacampeão mundial.
Hoje faz 79 anos que América e Internacional se fundiram para fundar o Clube Atlético Paranaense. Em todo esse tempo, muitos tÃtulos e algumas decepções ficaram na memória da torcida atleticana  a maior do Paraná, segundo duas pesquisas, uma da RPC e outra, mais recente, realizada pelo insuspeito Instituto Datafolha. InesquecÃveis também são os Ãdolos imortalizados na história do clube: Caju, Bellini, Washinton & Assis, Roberto Costa, Oséas & Paulo Rink, Jackson, Nilson, Sicupira, o fantástico Ziquita dos quatro gols em jogo na velha Baixada da Buenos Aires.
O aniversário do Atlético é dia de saudar o passado, reverenciar o presente e, principalmente, de pensar e investir no futuro. Que a torcida  apesar de um masoquismo caracterÃstico dos rubro-negros paranaenses de ontem  espera que seja de mais glórias e de menos sofrimento. Que este, aliás, fique com os adversários.
Texto originalmente publicado no jornal Gazeta do Povo
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