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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver Amor, nada serei. Este belo e emblemático trecho da carta de Paulo aos coríntios retrata muito o que quer dizer o amor. A maioria talvez se lembre bem dela, da carta, por causa da música do Legião Urbana, Monte Castelo, aquela que começa com “Ainda que eu falasse a língua dos homens, e falasse a língua do anjos, sem amor, eu nada seria......”.
Confesso nunca ter sido muito fã deles e curtia bem mais Titãs, na época em que eram titânicos, Ira! e Plebe Rude. Essa veia revolucionária de adolescente era forte em mim. Mas nunca deixei de reconhecer a bela letra da música, e principalmente o poder infinito do amor.
Amor, amor incondicional mesmo, talvez exista pra valer o de pai pra filho. Ainda não sou pai, ao menos que eu saiba, mas o carinho, dedicação e amor que dedico às minhas sobrinhas me faz ter ao menos uma vaga idéia do que signifique a paternidade. É um amor puro, um amor acima de tudo, um amor sobre tudo, um amor capaz de tudo.
Mas há vários amores. Amo muito tudo isso, diz a propaganda da rede de lanchonetes americana; amo bolacha Maria no café com leite, exageram alguns com muita fome; amo você, diz o sujeito à moça recém conhecida. Amores da boca pra fora, amores que não são de verdade. São fáceis de se falar, difíceis de se provar.
Amor de verdade sentimos pelo Atlético. Eu em particular amo de paixão esse time. Essa mística, essa bela camisa que só se veste por amor. Esse amor. Um amor, que a meu ver tem que ser incondicional. Um amor que não vê cor, credo, raça, religião e acima de tudo um amor que pede pouco em troca. Sim, sei que é um defeito, que quem ama o deve fazer por amor, amar por amor e não esperando algo em troca. Mas a vida é complicada e por mais que a gente queira se enganar, sempre amamos esperando algo. Sempre fazemos gestos de amor esperando no mínimo atenção.
Não à toa nos tornamos sócios, mesmo vendo um fracassado time sendo mantido do ano passado. Mesmo com um treinador medíocre e derrotado tendo permanecido, confiamos, pelo amor. O amor cega. O amor nos faz mandar entregar flores para a dona daqueles olhos claros e lindos, mesmo sabendo que são somente flores, não são sentimentos. Mas foram dadas de coração.
O amor que sentimos pelo Atlético deve ser esse amor sincero, amor de coração. Amar o Atlético, simplesmente por amá-lo. Ir ao jogo, simplesmente pelo amor que temos pelo Atlético. Comprar ingresso, agora a um preço justo, empurrar o time, cantar a plenos pulmões somente pelo prazer em ajudar o seu amor, ajudar o Atlético a conseguir mais uma vitória.
E o que pedimos em troca é justo, é honesto. Queremos dedicação, entrega, queremos que o mesmo amor que demonstramos cantando, pulando e gritando, vejamos nos onze guerreiros que estarão em campo. Motivos para ir à Baixada não faltam. Rever amigos, beber em lugares aconchegantes e simpáticos, flagrar a linda loira logo ali, nas filas abaixo da nossa nas cadeiras, encontrar velhos conhecidos, vestir o manto sagrado vermelho e preto, pintar o rosto, pagar o que é justo, enfim, participar da festa que são os jogos na Baixada, nossa segunda casa.
Mas o principal motivo é o simples fato de amar o Atlético. Amar incondicionalmente o Furacão, pois ainda que qualquer um de nós tenha toda a fé do mundo, aquela mesma capaz de remover montanhas, sem o amor dentro de nossos corações, não somos nada!
ARREMATE
“O nosso amor /
Vai ser assim /
Eu pra você /
Você pra mim.” Nosso amor, Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes
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