Rafael Lemos

Rafael Fonseca Lemos, 49 anos, é atleticano. Quando bebê, a primeira palavra que pronunciou foi Atlético, para desapontamento de sua mãe, que, talvez por isso, tenha virado coxa-branca. Advogado e amante da Língua Portuguesa, fez do Atlético sua lei e do atleticanismo sua cartilha. Foi colunista da Furacao.com de 2007 a 2009.

 

 

Let it be

13/10/2007


Se estivesse vivo, John Lennon completaria 67 anos na última terça-feira. Lennon nasceu em Liverpool, no dia 9 de outubro de 1940, em plena segunda guerra mundial e não teve irmãos. Seus pais chamavam-se Julia e Alfred Lennon.

Anos mais tarde, como a maioria dos jovens da época, John foi profundamente influenciado pelo movimento musical skiffle e, em 1955, montou com seus colegas de escola uma banda chamada The Quarry Men.

Houve muitas mudanças no grupo, porém a mais importante ocorreu em 1957, quando outro estudante se incorporou à formação. O guri se chamava Paul McCartney. Não preciso me alongar. Logo, Lennon e McCartney se tornaram uma dupla perfeita para escrever canções.

O grupo, então, passou a se chamar Johnny & The Moondogs. Nesta época, a formação era: John, Paul, George e Ken Brown. Houve ainda um quinto integrante, Stuart Sutcliffe. Mais tarde, o grupo passou a chamar-se The Beatles com Ringo Starr tomando conta da bateria.

Pronto: a banda perfeita estava montada - THE BEATLES - uma banda que não só mudou a maneira de fazer música como a maneira de se comportar, de se vestir e de pensar. Os Beatles lançam álbuns fantásticos, recheados de músicas perfeitas.

Anos depois, com a separação do grupo, John Lennon iniciou uma grande etapa em carreira solo. Uma carreira que ele chegou a abandonar por um tempo para se dedicar à educação de seu filho recém-nascido, Sean.

No dia 8 de dezembro 1980, justamente quando Lennon se reencontrava com a carreira musical por meio do lançamento do disco "Double Fantasy", foi covardemente assassinado por um fã maldito. Até hoje a Humanidade, perplexa, pergunta: por quê? – sem obter resposta.

No Brasil até hoje ouvimos a comovida canção de Beto Guedes e Ronaldo Bastos: “Quem souber dizer a exata explicação/Me diz como pode acontecer/Um simples canalha mata um rei/Em menos de um segundo?/Ó, minha estrela amiga/Por que você não fez a bala parar?”. Nunca houve, nem haverá, respostas. “As canções em nossa memória vão ficar/Ó, nem o tempo amigo/Nem a força bruta pode um sonho apagar...”.

Lennon e McCartney compuseram canções geniais, obras-primas irretocáveis, músicas feitas para tocar nas rádios de todo o Mundo, nas salas de concerto de todo o Mundo, músicas feitas, sobretudo, para tocar na alma de todo mundo. Embora eu não seja um beatlemaníaco, consigno aqui algumas das canções de que mais gosto. Puro encantamento.

“Words are flowing out like endless rain into a paper cup/They slither while they pass they slip away across the universe/Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my opened mind/Possessing and caressing me/Jai guru deva, Om/Nothing's gonna change my world”. (Across the Universe).

“Palavras flutuam como uma chuva sem fim dentro de um copo de papel/Elas se mexem selvagemente enquanto deslizam pelo universo/Um monte de mágoas, um punhado de alegrias estão passando por minha mente/Me possuindo e me acariciando/ Glória ao mestre/Nada vai mudar meu mundo” (Através do universo).

“Let me take you down/´Cause I´m going to/Strawberry Fields/Nothing is real/And nothing to get hung about/Strawberry Fields forever/Living is easy with eyes closed/Misunderstanding all you see/It´s getting hard to be someone/But it all works out/It doesn't matter much to me/Let me take you down/´Cause I´m going to/Strawberry Fields/Nothing is real/And nothing to get hung about/Strawberry Fields forever” (Strawberry Fields forever).

Lennon e McCartney escreveram a canção mais bonita que eu já ouvi na vida: “The long and winding road”.

“The long and winding road/That leads to your door/Will never disappear/I´ve seen that road before/It always leads me here/Lead me to your door/The wild and windy night/That the rain washed away/Has left a pool of tears/Crying for the day/Why leave me standing here/Let me know the way”.

“A longa e sinuosa estrada que leva até sua porta/Jamais desaparecerá/Eu já vi esta estrada antes/Ela sempre me traz até aqui/Conduz-me até sua porta/Na noite selvagem e tempestuosa que a chuva eliminou/Deixou uma piscina de lágrimas/Chorando pelo dia/Por que me deixar aqui sozinho?/Mostre-me o caminho”.

Finalmente, o genial John Lennon, já em carreira solo, ofereceu ao Mundo o Hino Universal pela Paz, chamado Imagine.

“Imagine no possessions/I wonder if you can/No need for greed or hunger/A brotherhood of men/Imagine all the people/Sharing all the world/You may say I'm a dreamer/But I’m not the only one/I hope some day you'll join us/And the world will live as one”.

“Imagine não existir posses/Surpreenderia-me se você conseguisse/Sem ganância e fome/Uma irmandade humana/Imagine todas as pessoas/Compartilhando o mundo/Talvez você diga que eu sou um sonhador/Mas não sou o único/Desejo que um dia você se junte a nós/E o mundo, então, será como um só”.

John Lennon foi assassinado, em Nova York, em frente ao edifício Dakota, onde morava com a mulher Yoko Ono, no Central Park. Lennon foi assassinado por Mark Chapman, que se dizia seu fã e, horas antes de disparar contra ele, havia pedido ao cantor um autógrafo na capa de um disco.

Em 8 de dezembro de 1980, Mark Chapman, um jovem de 25 anos com histórico de abuso de drogas e problemas mentais, atirou cinco vezes em John Lennon, em Nova York, tirando-lhe a vida para ficar com um pouco da celebridade que desejava. “Quem souber dizer a exata explicação/Me diz como pode acontecer/Um simples canalha mata um rei/Em menos de um segundo?/Ó, minha estrela amiga/Por que você não fez a bala parar?”. Nunca houve, nem haverá, respostas. “As canções em nossa memória vão ficar/Ó, nem o tempo amigo/Nem a força bruta pode um sonho apagar...”.

O fato é que John Lennon continua vivo e viverá para sempre em sua obra imortal (os assassinos não sabem que os poetas não morrem nunca). Por sua vez, o jovem que desejou roubar-lhe a celebridade continua preso e carregará para sempre a pecha de assassino (e de louco e de monstro).

E depois de dizer tudo isso, volto-me a Mário Celso Petraglia e à Bestíssima Trindade (Gionédis, Fessor Miranda e Onaireves – também conhecidos como Os Três Patetas das Araucárias). Mário Celso Petraglia reergueu o Atlético, construiu a Arena, adquiriu o CT a quem deu o nome de Caju em justa homenagem ao maior atleta do nosso Furacão, conquistou a Série B, a Série A, cinco paranaenses, levou o Atlético a três Libertadores, botou o time na Final da Libertadores-2005 e botou a Arena no roteiro da Copa-2014, contra tudo e contra todos. Na raça!

Petraglia peitou o mundo em defesa do Atlético, meteu a porrada nos detratores do Rubro-Negro, meteu o dedo na cara do Eurico, cresceu pra cima da Bestíssima Trindade, sonhou um Atlético forte e realizou esse sonho - ombro a ombro - com a massa atleticana, essa gente guerreira, maior patrimônio do Atlético. Petraglia foi o capitão-mor deste novo Atlético e, quando a galera pediu no grito as mudanças (baixa dos preços dos ingressos, por exemplo), o Petraglia teve a humildade de atender aos pedidos, pelo bem do Atlético. Só os grandes sabem ser humildes. Só os grandes reconhecem seus equívocos e procuram corrigi-los. Petraglia soube ser grande.

Enquanto isso, a Bestíssima Trindade, louca para lhe roubar o brilho, protagonizou as ações mais subalternas contra o Petraglia e, por extensão, contra o Clube Atlético Paranaense. O ápice dessas ações se deu quando Gionédis, Fessor Miranda e Onaireves passaram a se dedicar, exclusivamente, a boicotar a Arena da Baixada como um dos palcos brasileiros para a Copa-2014. Esquecidos de suas instituições, dedicaram-se a tentar enfraquecer o Atlético, mas tudo foi em vão. Perderam. Perderam-se (carregarão para sempre a pecha de incompetentes e de invejosos).

Onaireves esteve à frente da FPF por mais de vinte anos e edificou um estádio que será implodido para dar lugar a um shopping. Em resumo, Onaireves fracassou. Gionédis está à frente do time verde há quase cinco anos e botou o time na Série B, por dois anos. A torcida verde odeia o Gionédis com todas as suas forças e não quer vê-lo nem pintado de ouro, a exemplo dos ex-funcionários do extinto Banestado que até hoje sofrem na carne os desmandos do ditatorial Gionédis quando de sua passagem pelo Governo do Estado.

Fessor Miranda saiu pela porta dos fundos da Vila Capanema, não sem antes garantir um lugar na Série B para o Paraná Clube. Fessor Miranda – que tantas vezes ocupou espaço para recomendar ao Atlético cuidados com o rebaixamento – rebaixou o Paraná Clube e virou as costas para o torcedor tricolor (carregará para sempre a pecha de incompetente, de invejoso e de ignorante nos assuntos do futebol). E agora, Fessor Miranda? Vai dizer o quê? Onde está aquele frasista ferino, cheio de veneno, pronto para falar mal do Atlético? SILÊNCIO!

Nesta vida, pode-se entrar para a História sendo um sonhador – como Lennon e Petraglia. Pode-se entrar para a História sendo um construtor – como Lennon e Petraglia, e pode-se entrar na História como um Mark Chapman, um Onaireves, um Gionédis e um Miranda, celebridades cuja vida e obra se misturam e se traduzem no mais absoluto NADA! Let it Be, deixe estar...


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