Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

O verdadeiro Atlético

02/04/2003


Quando em outras ocasiões eu comentei sobre o otimismo que estava faltando ao torcedor atleticano, é porque sabemos da qualidade que temos, e sabemos que mais cedo ou mais tarde o Atlético reencontraria a alegria, dentro e fora de campo. Diante de tantos mistérios e obstáculos, chega um momento em que devemos utilizar outros métodos de apoio ao clube.

O que vimos na Arena sábado, foi muito mais do que uma prova de que o Atlético é capaz sim de desempenhar grandes espetáculos. Foi uma avalanche que cresceu para cima do adversário e encheu os olhos do povo rubro-negro. Em meio a provocações e catimba da cavalaria gaúcha, a equipe teve uma personalidade incrível, fazendo o adversário perder o rebolado e tomar dois gols. Por mim poderia ser apenas um a zero, pois o que fez mesmo a diferença foi o brio e a garra em campo. Nem precisamos gritar: "raça, raça".

Dentro de campo eles trataram de arrebentar. Alessandro parece mais seguro na Arena, Igor fez apresentação de gala ao lado de Rogério Corrêa. Leomar, embora sem ritmo de jogo, cadenciou o meio campo e distribuiu muito bem as jogadas. Ivan mostrou que quer ser dono da ala esquerda, Rodrigo, tão criticado por atos impensados, seguiu nosso conselho sobre maturidade e fez uma bela partida, talvez a melhor dele no Atlético. Adriano, sem comentários, qualquer elogio seria muito pouco para um jogador completo. Ilan fez um golaço, chamou o jogo, mas decepcionou no segundo tempo. Fabrício está se firmando, jogou muito e foi fundamental. Dagoberto foi bem, mas ainda precisa aprender a jogar de cabeça erguida. Foi um Atlético determinado, foi o verdadeiro furacão da baixada.

Pênalti

Contra um Grêmio perigoso e ousado, um pênalti inexistente poderia, se convertido, mudar a história do jogo. Tomar um gol naquela altura, jogando no contra-ataque exigiria um pouco mais do rendimento da equipe. Mas Diego entrou no ritmo da dança atleticana nas arquibancadas e fez o Caldeirão explodir mais uma vez. Era o nosso dia! Definitivamente, pênalti roubado não entra. Brilhante partida de Diego, que ao contrário do que dizem, não bateu roupa no chute de fora da área de Rodrigo Fabri, pois a bola desviou em Igor e iria encobrir o goleiro, que ainda conseguiu rebater e em seguida fazer a defesa. Diego parece estar mais à vontade com o Atlético e com a torcida.

Pacto

Em entrevista a um programa de televisão no Domingo, Diego declarou que Vadão comandou um pacto entre todos os jogadores e comissão técnica do Atlético antes da partida contra o Sport em Recife. De fato a equipe esteve bem melhor em campo, e iniciou o Campeonato Brasileiro com vitória. O segredo realmente está no esforço e dedicação individual de cada jogador, e define bem a idéia de que "O Atlético nos une, a união nos fortalece". No momento da entrevista, senti que o Atlético está de fato no caminho certo.

Kleberson

E agora, Xaropinho? Vai ter que jogar muita bola para retornar ao time titular. Quem ganha com isso é o Atlético, que contará obrigatoriamente com o empenho dos atletas. Se Fabrício continuar jogando o que jogou contra o Grêmio, Kleberson estará com o futuro incerto, mais uma vez!

Vadão

Com uma torcida exigente e um elenco instável, Vadão tem se mostrado um verdadeiro "paizão", especialmente para os garotos do rubro-negro. É visível e impressionante o respeito que os jogadores possuem perante a visão futebolística do técnico. O que é diferente em Vadão é a forma como conduz o elenco, sendo direto e objetivo: quem quer jogar, vai ter que convencer e mostrar porquê merece ser dono da posição. E é por aí que Vadão está contribuindo para devolver a alegria ao povo atleticano.

E como diz meu filho Dhiego (olha o nome da fera!) de seis anos, que estava comigo no jogo de sábado: "Como é bom ver o Atlético vencer de novo!".


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