Fernando Tupan

Fernando Tupan, 52 anos, é atleticano remido – por influência de um tio. Viu o Djalma Santos, Alfredo, Sicupira, Nilson Borges, Buião, Altevir, Toinho, Nivaldo, Washington e Assis subirem as escadas do antigo Joaquim Américo. Nas arquibancadas, fez parte do ETA, TIA e Atle A Morte. Jornalista político, não perde um jogo do Atlético (tanto faz ser o A ou o B, de chuva e de furacão). Foi colunista da Furacao.com em 2007.

 

 

Evolução para entrar na briga

24/09/2007


Depois de meses batendo pé como se fosse uma criança mimada, o homem todo-poderoso do Atlético, Mário Celso Petraglia, resolveu se render ao óbvio: abaixou os valores dos ingressos e voltou a dar ouvido aos anseios das torcidas organizadas. Como conseqüência, a Arena se transformou no velho alçapão do Estádio Joaquim Américo.

Com as arquibancadas bombando devido a nova política, os resultados positivos foram colhidos: o Rubro-Negro obteve duas vitórias consecutivas em casa e se afastou dois pontos da zona de rebaixamento. Apesar da euforia pela melhoria tática e técnica da equipe, o rubrão ainda vive o perigo da segunda divisão. Para evitar surpresas em 2008, a torcida precisa continuar mostrando as garras e ditando a ordem a ser seguida pelos dirigentes – que andavam isolados do “povão das arquibancadas”.

Nas últimas duas semanas, as novas medidas fizeram o torcedor relembrar como é o salão de bailes do Atlético Paranaense: faixas das torcidas organizadas estendidas, a Fanáticos novamente acomodada na curva e as caveiras saltando durante os noventa minutos.

Ainda considero que novas medidas devam ser liberadas, sem restrições, para melhorar a decoração do salão de baile da Buenos Aires: não tem graça ir ao Estádio sem encontrar a famosa charanga troçando e desafiando os adversários. Há tempo descobri que o silêncio me deprime na imensidão da arquibancada. Por isso, desde o banimento e a probição de algumas tradições, procuro sempre chegar minutos antes do início da partida. Não tem graça ficar zoando nas cadeiras sem ouvir os arranques do percussionista Kako Barros, neto do grande presidente Lauro do Rego Barros. Assim como não tem graça fechar as portas do CT do Caju para a imprensa. A cobertura da imprensa está sem molho. As notícias nas rádios, jornais, sites aparecem em série e sem o tempero do passado. Podemos retomar a velha rotina.

Mário Celso Petraglia precisa de um novo assessor de Marketing. Medidas autoritárias só aumentam a antipatia da imprensa e da torcida para com relação ao dirigente. Os verdadeiros atleticanos não querem isso. Eles esperam bom senso e a construção de uma ideologia atleticana calcada na raça e na camaradagem.

Os jogadores nas últimas duas partidas, contra o Palmeiras e o Paraná, fizeram as obrigações. E fizeram com maestria. A torcida também, lotou a Arena e garantiu um novo colorido – que anda esquecido na minha mente. Claro que a diretoria ajudou e muito, baixando o ingresso.

Agora para finalizar a temporada em alta, se espera que o pensamento do principal diretor da história do clube se renda as evidências e libere geral. Os torcedores esperam a evolução. Com o objetivo de brigar por um lugar ao sol na Libertadores do próximo ano. E nem está tão difícil. Só depende de uma ação conjunta e consciente. Amém!


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