Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Os gringos

03/09/2007


Rubens Aveiros era meia esquerda e jogou no Atlético tendo sido campeão e decisivo nas partidas finais do certame de 1943. Paraguaio, foi o primeiro gringo a jogar não só pelo Atlético, como em todo futebol paranaense. De lá para cá, o Atlético se notabilizou por trazer constantemente jogadores estrangeiros, alguns com destaque como os poloneses Nowak e Piekarski e outros que mais fazem parte do rico folclore rubro-negro, como “El loco” Lobatón e o simpático Herrera.

Os polacos jogavam muita bola e eram completamente diferentes. Em qualquer solenidade que participavam junto à comunidade polonesa de Curitiba, Nowak se emocionava ao ouvir o hino do país natal e adorava conversar (em polonês) com quem se interessasse pela sua terra, enquanto Piekarski tinha mais olhos para as morenas que via e sempre perguntava se teria churrasco. Grandes figuras, jogaram bem em uma fase importante do clube. Nowak infelizmente faleceu em 2005, vítima de uma rara doença degenerativa, enquanto a última notícia que tive de Piekarski foi que estava atuando no Chipre, último país europeu que contou com o futebol de nosso ídolo Paulo Rink.

Nossos gringos jogaram muita bola ontem, diante do bom e valente Atlético Mineiro. Ferreira, o pequeno grande jogador que carregou o time nas costas ano passado, não vinha bem desde a Copa América em junho deste ano. Parecendo um tanto desmotivado, cansado até, nem de longe lembrava o rápido e fogoso delantero que atormenta defesas Brasil afora. Sabemos que ainda pode produzir mais, porém se mostrou ligado na partida, disputando todas e marcando a saída de bola do rival.

Já Viáfara havia se destacado na partida frente o Santos. Não por suas defesas, importantes até, mas pelos dribles ousados e desconcertantes dados nos alvinegros. Seguro, tem dado boas saídas do gol, principal problema que enfrentamos nos últimos tempos. Mostrou ter sido uma boa aquisição e espero que suas brincadeiras, das quais particularmente gosto, não gerem gols contra a meta atleticana.

E quem vem me enchendo os olhos é o volante Valencia. De grande visão de jogo, boa impulsão e passe qualificado, me lembrou grandes volantes, daqueles clássicos como Falcão, Fernando Redondo ou Gilberto Silva. Sua função hoje em dia é de suma importância e não à toa a forte seleção italiana contava com volantes de qualidade, assim como os times mais competitivos da atualidade como o Milan e até mesmo o São Paulo.

Ferreira já é conhecido nosso, sabemos seu valor. Mas ao que parece Valencia e Viafara ainda nos darão alegrias, primeiramente livrando o Atlético da delicada situação em que ainda se encontra, e depois quem sabe nos ajudando a galgar lugares mais altos na classificação.

ARREMATE
”Então tudo encontrou/
Pois a própria dor/
Revelou o caminho do amor e a tristeza acabou.”
- Meditação, Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça


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