Fernando Tupan

Fernando Tupan, 51 anos, é atleticano remido – por influência de um tio. Viu o Djalma Santos, Alfredo, Sicupira, Nilson Borges, Buião, Altevir, Toinho, Nivaldo, Washington e Assis subirem as escadas do antigo Joaquim Américo. Nas arquibancadas, fez parte do ETA, TIA e Atle A Morte. Jornalista político, não perde um jogo do Atlético (tanto faz ser o A ou o B, de chuva e de furacão). Foi colunista da Furacao.com em 2007.

 

 

Crise de identidade

24/08/2007


O Atlético vive uma crise de identidade. Em uma ponta está a torcida apostando no amor, na camisa, na tradição e na necessidade de permanecer na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. De outro, dirigentes – com espírito, sapato, relógio, caneta e ginga de empresário ... de atletas. Os torcedores do nosso maior adversário em Curitiba falam que o primeiro escalão do rubro-negro lança jogadores para fazer negócios com times árabes, japoneses, ucranianos, franceses, ingleses e logo, mexicanos.

Se isso estiver acontecendo, a única conclusão que chegaremos é que alguma coisa está errada na equação Clube Atlético Paranaense. A começar com o número um da lista – o presidente João Augusto Fleury – e o número dois – Mário Celso Petraglia.

Todos sabem que a conta aritmética começa em dois e não em um. A mídia não esconde de que Petraglia é o verdadeiro imperador do rubro-negro. E o poder – muitas pessoas chamam golpe de estado – chegou com o afastamento de ex-presidentes, como Valmor Zimmerman, e diretores, como Valdo Zanetti. Atleticanos de corpo e alma e que beberam na fonte da famosa Retaguarda Atleticana – criada na metade da década de 70 para deter a fome do ex-presidente e ex-deputado, Aníbal Cury, para evitar o uso político da marca do rubro-negro.

Muitas pessoas perguntam por que eles fazem as coisas assim e explicam que a torcida está contestando as ações do manda-chuva desde 95 por falta de participação de um grupo maior de atleticanos. Algumas vezes citam também o slogam: “chegam dos mesmos”. A faixa “abaixo a ditadura”, estendida na parte superior da Getúlio Vargas durante o jogo contra o Vasco da Gama, da Copa Sul-americana, é o sintoma de que algo precisa mudar na Baixada.

Na minha opinião, os verdadeiros atleticanos não se importam em ter na direção pessoas que pensam em lucros financeiros e assumam a paixão como um modo de vida. Elas só se irritam quando existe a mistura azeda. Nesse momento toda torcida se movimenta para exigir mudanças. Não mudanças apenas no comando técnico. Mas também no primeiro escalão. Afinal nenhum torcedor quer ver um acidente no final do percurso. A arquibancada quer evitar o caos e a tristeza no natal.

Internacional

Nesta semana o Atlético volta a campo com treinador novo. A torcida quer o melhor do rubro-negro para entrar em campo contra o Internacional. Um time que pode funcionar pode ter os seguintes jogadores: Viafara; André Rocha, Danilo, Rodolfo e um lateral esquerdo melhor do que o Edno e o Nei; Alan Bahia, Valencia, Ferreira, Ramon, Fernando Mineiro e, talvez, com o criticado Dinei jogando na posição certa. Ou colocando o Evandro e adiantando o Ferreira. Tenho certeza que o Abel Braga vai ficar com a cara mais fechada.


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