Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

E agora, Ney Franco?

24/08/2007


O que poderá salvar o Atlético da “degola”? Uma boa dose de motivação a uma equipe que não vem rendendo dentro de campo, ou uma ordem técnica e tática colocada em campo daqui pra frente? Eu, particularmente, não enxergo qualidade no elenco do Atlético, com raras exceções, portanto, fico com a primeira opção, a mesma que já nos levou a praticar milagres quando incorporamos o verdadeiro espírito do Furacão da Baixada. Um exemplo? O de 2005, quando nem o nosso presidente acreditava em nossa força.

Fiquei entristecido com todas as medidas que o clube vem tomando nos últimos tempos. Há quem diga que existe ainda muita esperança, mas vou dar uma de “São Tomé”, só acredito vendo. Chega de sofrer, chega de esperar mais do que o tal Caparanaense pode me dar. Não vou criticar Ney Franco, até porque não conheço seu trabalho, eis mais uma ponta de tristeza por mais uma incógnita que chega no Atlético, e assim como pode dar certo, pode nos enterrar de uma vez por todas rumo ao inferno. Não quero, em hipótese alguma, ser pessimista ou atrair energias negativas, mas a capacidade que a diretoria do Atlético possui de nos deixar com a “pulga atrás da orelha” é imensa. Há muito tempo não temos um fato que realmente nos motive para ir até a Baixada ver o saudoso Furacão, a não ser o próprio sangue atleticano que corre em nossas veias.

A redução do valor dos ingressos é algo básico, não há muita necessidade de se comentar. É o valor que teria que ser praticado desde o início do ano, e teremos, ao final da temporada, a triste lembrança de ter desembolsado em 2007 um ingresso mais caro no maravilhoso campeonato paranaense do que no campeonato brasileiro em seu segundo turno. Mas é isso aí, água mole em pedra dura tanto bate até que fura. A presença da torcida na Arena, com o ingresso mínimo de 15 reais, já deveria ter sido pensada há muito tempo. Mas a água chegou no pescoço, e alguém deve ter ficado com medo de se afogar.

Vejamos a tabela. Das cinco próximas rodadas, apenas um jogo na Baixada, contra o Atlético Mineiro. Fora este, teremos Inter, Santos, Goiás e Fluminense, todos fora dos nossos domínios. Após os cinco jogos finalmente duas rodadas seguidas em nosso estádio, contra Palmeiras e Paraná, e depois voltamos ao ciclo normal de um jogo em casa, um fora. Quando isso acontecer, faltarão apenas onze rodadas para o fim do campeonato. Então, nas próximas cinco rodadas Ney Franco terá que mostrar a que veio. Se a trabalho, para tirar o Furacão da proximidade da zona de risco, ou se será apenas mais um, entre tantos que vem e vão em nosso Atlético. Que comece amanhã, em Porto Alegre.

Eu, só acredito vendo!


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