Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Visão

14/08/2007


É a teoria do copo ½ cheio, ou do copo ½ vazio. Há quem ache, pelo intrínseco otimismo, que as coisas não estejam tão ruins, enquanto outros pensam que sempre há jeito de se tornar pior. Como é estranho que vendo a mesma paisagem, uns achem que o mar está revolto, tomando conta da areia, enquanto outros contemplam o mesmo oceano turbinado e pensam na força descomunal da natureza, tão bela, forte e singela.

Hoje vi a listagem do clube para a Copa Sul-Americana. E não tive como não perceber a ausência do bravo e limitado volante Erandir. Que visão diferente! Que diferença entre o ex-treinador e o atual. Não que julgue Lopes um expert, um treinador com algum conceito novo, métodos avançados ou mesmo um grande estrategista. Mas é estranho ver que um cara que tinha a confiança de Vadão, passe desapercebido pelo Delegado.

Citei um exemplo, mas há outros. O polivalente e raçudo, mesmo que bastante limitado em seus recursos técnicos André Rocha, foi retirado pelo “professor Lopes” do ostracismo e pôde desfilar seu primário futebol no Brasileiro deste ano. E o Dinei? Que bela invenção! Me lembrou o Caetano, que surgiu sabe-se-lá-de-onde para chegar até mesmo a jogar a Libertadores em 2005.

Treinadores funcionam assim mesmo. Confiam em certos jogadores e é neles que depositam confiança nas partidas. Não queria fazer qualquer tipo de crítica, mesmo que a maioria aqui conheça minhas sérias restrições e pensamentos diametralmente opostos à política de futebol no rubro-negro, minhas diferenças em todos os sentidos com os autodenominados “donos” do clube e acho inclusive que não é hora para isso. Mas por não termos notícias dos treinos, exceto as oficiais, onde Fulano e Ciclano sempre estão “confiantes” para a próxima partida, nunca sabemos como estão alguns jogadores,

A torcida reclama com insistência das poucas chances do garoto artilheiro Pedro Oldoni. Talvez ele treine muito mal, não ganhando a confiança do treinador. Por outro lado, é irritante ver a insistência com o insosso Dinei, ver que Cristian foi e veio um meia à sua altura, o opaco Claiton e que vai jogo e vem jogo, se insiste com o habilidoso Valencia como volante de contenção e que o volante que sai pro jogo e o limitado Roberto. Coisas que podem estar acontecendo bem no treino, mas não se refletem no jogo.

Visões diferentes, por vezes opostas. E acho que a virada do turno é uma boa chance para os chatos de plantão darem um tempo, como procurei fazer nas últimas semanas, que o treinador possa definir seu time, mas sem ser turrão e se render a algumas evidências e que a direção tome definitivamente consciência de que errou, e muito nos dois últimos anos e que a maneira mais simples de fazer ajustes é trazer para junto de si o maior reforço que pode contar no segundo semestre: seu próprio torcedor.

Ainda há um bom tempo para que cada um de nós faça sua parte, pois mesmo com visões antagônicas, muito diferentes, todos queremos o crescimento e fortalecimento do Atlético Paranaense. Essa é a visão que deve ser unânime.

ARREMATE

“As flores na janela /
Sorriam, cantavam /
Por causa de você.”
Por causa de você, Tom Jobim e Dolores Duran, em homenagem a minha sobrinha Alice, que veio ao mundo dia 09 de agosto. E vai ser atleticana!


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