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Patricia Bahr
Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.
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Geladeira para eles, já!
29/07/2007
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O frio de Porto Alegre nesse sábado deve ter inspirado o árbitro catarinense Paulo Henrique de Godoy Bezerra a querer continuar na geladeira. Só isso pode explicar a complacência desse cidadão ao jogo violento, covarde e desleal praticado pelos gremistas em toda a partida. O resultado foi trágico: Alex Mineiro internado no hospital com suspeita de fratura no nariz e Evandro, também internado, tendo três dentes quebrados e um arrancado. E tudo isso considerado lance normal por Godoy Bezerra. Talvez ele tenha sido escalado para apitar luta livre mas só avisou o lado gremista, que não satisfeito em levar ao hospital dois atletas atleticanos, continuou batendo (e fazendo pose de coitadinho) em todos os 90 minutos de jogo.
O Grêmio só precisou de 31 minutos para literalmente operar o time do Atlético. Oito minutos: bola cruzada na área, Alex Mineiro na pequena área prepara-se para o cabeceio e Tcheco (com o pé na altura na cabeça de Alex) lhe dá um chute no rosto, possivelmente fraturando o nariz do atacante rubro-negro. A descrição do lance já faz todos pensarem: NO MÍNIMO pé alto do gremista (afinal, pé na altura da cabeça é, para se falar pouco, pé alto) e cartão amarelo para o atleta. Isso para se dizer pouco, porque chute no rosto é passível de expulsão (independente se o jogo está com 8 ou 45 minutos) e marcação de pênalti. Mas não na cartilha de Bezerra, que achou lance normal e sequer advertiu verbalmente Tcheco.
Vinte e três minutos depois, outra jogada violentíssima. Evandro recebe a bola no meio-de campo e Gavilán sai em sua direção, acertando-lhe covardemente uma violenta cotovelada. Resultado: um dente arrancado, três dentes quebrados e mais uma internação de jogador atleticano em hospital de Porto Alegre. Para Bezerra, tudo isso é normal, lance de jogo.
As imagens dessa batalha no Olímpico são revoltantes, chegam a dar nojo. Nojo da violência do time gaúcho (violência sim, que grande parte da imprensa trata como raça, mas que na verdade é uma violência impune) e nojo da complacência, da aceitação de uma pessoa que recebe o cargo de árbitro de futebol para garantir a integridade física dos atletas em campo. A Tcheco e Gavilán ter continuado impunes no gramado na partida de sábado foi um prêmio e um atestado: “podem continuar jogando violentamente que nada acontece”. Nosso desejo, agora, é que ao menos a justiça seja feita nos tribunais e que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva puna exemplarmente esses lances covardes e violentos, que colocam em risco a integridade física de atletas em campo.
Já ao árbitro Paulo Henrique de Godoy Bezerra cartão vermelho é pouco. Passar alguns meses na geladeira seria um prêmio. Tem que ser banido do futebol, por aceitar tão passivamente uma verdadeira guerra dentro de campo.
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