Fernando Tupan

Fernando Tupan, 52 anos, é atleticano remido – por influência de um tio. Viu o Djalma Santos, Alfredo, Sicupira, Nilson Borges, Buião, Altevir, Toinho, Nivaldo, Washington e Assis subirem as escadas do antigo Joaquim Américo. Nas arquibancadas, fez parte do ETA, TIA e Atle A Morte. Jornalista político, não perde um jogo do Atlético (tanto faz ser o A ou o B, de chuva e de furacão). Foi colunista da Furacao.com em 2007.

 

 

Reabilitador dos lanternas e dos em dificuldades

24/07/2007


O Atlético está passando pela fase de Robin Hood – ajuda os fracos e oprimidos a se recuperarem dos problemas de pontuação no Campeonato Brasileiro de 2007. A partida contra o América foi o último exemplo. Merda! Parafraseando o poeta português Camões, repito com freqüência após as partidas do meu time de coração: "Deus, oh Deus, onde está que não respondes/ Em que céu, em que mar, em que terra tu te escondes".

Este ano não vai ser fácil. O time está em frangalhos e só o maior empresário de futebol paranaense não vê. Vou começar pelo atual treinador: que falta de incompetência em armar o time contra adversários medíocres. Chegamos ao ponto máximo de desorganização dentro das quatro linhas na gestão Antonio Lopes.

A escalação de sábado foi o exemplo sórdido de que o Atlético caminha em direção ao abismo. E nem reza brava vai ajudar. Um conselho delegado: pode jogar fora o terço e começar a gastar a cuca para se reinventar. Desde 2005 aguardo que ele prove ter conhecimento de táticas e estratégias. Estou cheio de ver um bando de medíocres correndo atrás da bola, batendo a cabeça e do comandante do bonde esperando uma força do poder divino para escapar da degola.

Tá na cara que Atlético não precisa de um treinador "old fashion" ou da "old school". Esse tipo precisa ser aposentado. Hoje ele tem que ser um engenheiro, com pós, mestrado e doutorado. Tem que ser alguém que corra atrás para conhecer a estrutura dos adversários, saber como agem, como se organizam, e onde estão os pontos fortes e fracos.

Existe televisão, jornal, internet para quê? Apenas para os técnicos dos outros times estudarem as fraquezas dos nossos volantes desmotivados, as deficiências dos nossos laterais cabeças de bagre, a preguiça dos nossos atacantes e a falta de criatividade dos nossos jogadores de pingue-pong?

Estou revoltado. Extremamente revoltado. O time atleticano hoje parece um pau de sebo em campo: sempre parado e escorregadio. Quem é culpado? Na minha opinião é o homem do rosário e o empresário que insiste em trazer material de segunda. Chega de pelancas. Qualquer um sabe que Alan Bahia deve ficar com o pandeiro – de preferência na arquibancada ou no Alice Bar. O Erandir virou um cagão e se esconde do jogo, não chuta da intermediária e parece usar pilhas amarelinhas ao invés das alcalinas. O Jancarlo, credo, só serve para bater falta na frente da área e fazer você passar raiva quando assiste às partidas do Rubrão. O Edno, que decepção, é jogador para se dar bem apenas na terceira divisão do Campeonato Paranaense. Até o Vanin jogava melhor que ele. E a precipitação em lançar Claiton, jogador que não serviu para o Flamengo, lanternão do Brasileiro? O cara chegou, roncou no meio-de-campo capenga – a soneca dele resultou no segundo gol potiguar. Até o Alex Mineiro adquiriu o vírus da ruindade e precisa ser medicado com antibiótico. Quando em campo, reclama mais do que joga. Vacina nele. Esse Marcelo que veio do Fluminense, credo, não serve nem para troco no armazém da esquina. Vou poupar o Guilherme, que vem se esforçando e fazendo boas defesas; o Danilo e o Gustavo – mais pelo espírito de luta. Estava me esquecendo do Ferreira. Está claro que ele não é armador, apenas um raçudo em desaceleração.

A única alternativa que me resta é comprar sacos de velas, um rosário e santinhos. Porque esse elenco de hoje está no purgatório. A salvação só acontecerá se aparecer um Pedro com uma extensa e forte trança de cebolas.

Socorro, do jeito como tudo está caminhando vamos reabilitar até o Corinthians no mês de "A Gosto".


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