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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Inútil paisagem
23/07/2007
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” Mas pra que?
Pra que tanto céu?
Pra que tanto mar, pra quê? ”
Honestamente que não entendo algumas coisas, que como bem lembrado via mensagem de telefone celular pelo amigo e articulista Marcel Costa, só o Atlético é capaz de fazer. Não me entra na cabeça termos criado tamanha estrutura, termos feito um “planejamento” tão extenso como ficar trancafiado no CT durante todo o mês janeiro, quando o treinador picanheiro pelo jeito fazia churrascos e animadas partidas de truco, e sequer ter um preparo físico superior aos demais. O bom e velho Souza, cansou de ganhar na corrida de João Leonardo, bom moço, cuja vocação deveria ser melhor explorada, que futebol não é seu forte. O veteraníssimo Paulo Isidoro deu um calor danado em nossos volantes, tão expostos e que não apresentam o mesmo pique em campo daquele visto nos pagodes da cidade.
”De que serve esta onda que quebra
E o vento da tarde
De que serve a tarde
Inútil paisagem ”
Pra que tanto aparato tecnológico, se o time não corre? Gostaria de saber a utilidade das parafernálias russas que temos no Centro de Treinamentos, dos métodos talvez pouco ortodoxos, se sequer regras de futebol ensinaram direito ao jovem, inexperiente e agora já comprometedor goleiro atleticano. Alguém me explique se o centro de propriocepção verdadeiramente recupera atletas, ou se só ficamos sabendo semanas depois que o meia Tiago teve que passar por uma cirurgia, ou que alguém me explique o que verdadeiramente aconteceu com o bom volante Valencia, que disseram ter tido fadiga muscular tendo treinado meses e só jogado duas partidas.
”De que servem as flores que nascem
Pelo caminho
Se o meu caminho
Sozinho é nada
É nada
É nada”
Por fim senhores, o time é esse mesmo. Vendo a triste partida de sábado, tenho que me conformar que não contratarão ninguém, menos se estivermos no fundo do poço. Não temos no banco nada muito melhor do que a vergonha que entrou em campo na última partida e que ao menos a diretoria poderia parar de praticar a burra política dos ingressos caros, além das mil e uma proibições que somente o Atlético imputa a seus próprios torcedores. O único reforço que eles podem e devem receber junto ao time, é o seu torcedor. Basta ter humildade, rever conceitos e colocar o time no rumo novamente. Um clube que se auto intitula moderno, modelo e de vanguarda, não pode ser dar ao luxo de fazer seu segundo ano seguido um fiasco perante seus aficionados.
Ainda há tempo de corrigir os erros, almejar algo a mais e não ficar até as rodadas derradeiras contando com a sorte ou incompetência alheia e secando os adversários da parte de baixo da tabela. Para os que insistem que ainda é cedo, basta lembrar que o primeiro terço do campeonato já se foi e ficamos mais tempo entre os 10 últimos que os 10 primeiros.
* Trechos da música INÚTIL PAISAGEM, de Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira
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