Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Atlético, uma bagunça

13/07/2007


Dá-lhe limpeza no terreno do antigo Expoente pra chamar a atenção do povão. Dá-lhe Caparanaense pra tentar socar na cabeça do torcedor a boa e grande idéia do melhor marketing do mundo. Dá-lhe Copa do mundo de 2014. Kyocera Arena, o estádio mais preparado do país para o maior evento futebolístico internacional. Dá-lhe isso, dá-lhe aquilo. E dá-lhe Atlético, nada! Faz tempo que não cantamos o “dá-lhe dá-lhe ô”. Faz tempo que estamos prevendo que este time é um time de mentira.

O Atlético de ontem, contra o Vasco, em São Januário, foi exatamente a cara do Atlético de hoje. Uma bagunça. Uma zona. Uma vergonha. Time misto? E daí? Time misto não pode ganhar jogo? Agora me digam: já pensou se o Atlético ganhasse o jogo de ontem? Seria justo? Não desejo nunca a derrota do Furacão, mas não seria justa a vitória. Aliás, com essa nhaca de time, se vencer é zebra, e uma vitória contra o Vasco iria encher a bola daqueles que acham que “isso aí” é um timaço. De grande só temos as letras enormes na frente da Kyocera Arena. De grande só temos um coração que está cada vez mais frio, mais longe do Atlético e mais triste quando percebe que o Furacão está virando uma grande meleca.

O Atlético precisa renascer. Estamos em queda livre, de novo, como temíamos. Após a renovação de Alex Mineiro, coincidentemente não jogamos mais futebol. O time hoje é um bando, uma tristeza, uma perdição só. Quem assistiu o jogo contra o Vasco, teve a oportunidade de conhecer o novo time do Atlético. Talvez seja este o Caparanaense que muita gente quer ver. Uma lástima.

E se alguém desejar promover o renascimento do Atlético, precisa tomar algumas providências antes que comecemos todos a conviver mais uma vez com o fantasma do rebaixamento e do caos. Se nossa diretoria fosse um pouco mais inteligente, traria muito mais benefícios do que podemos imaginar. Poderiam aproveitar o que tanto temos de bom, e investir mais na paixão. Não investir em luxúrias, em caviar ou em aparências. Investir no elenco, reforçar o que realmente nos interessa que é o time de futebol. Cadê os reforços? Analisando friamente, Alex Mineiro é nosso único “iluminado”, e que mesmo assim anda com a cabeça meio avoada. Para não ser injusto, temos ainda Ferreira, que assim como Lopes, não faz milagre e não joga sozinho. Contra o Vasco, fiquei com dó do Ferreira. Jogar ao lado de um bando de perna de pau deve ser uma tristeza!

Quando irão acabar com essa ladainha? Quando precisarem de novo da torcida e decidirem reduzir o preço do ingresso em 50%? Ué, o preço não é justo? Por que quando precisaram o preço era injusto? Por que precisavam do povão? É isso? Ah, já sei. Porque a água bateu “lá”, e quando a água bate “lá”, tem um monte de otários que estão de plantão, são chamados em caso de emergência e salvam o time, como um verdadeiro milagre.

Ah, chega de palhaçada! Continuem com a importante parceria chamada Kyocera, mas arranquem as letras da frente do estádio e coloquem em letras garrafais o nome do nosso estádio: “BAIXADA”. Reforcem o time, chamem a torcida, exterminem esse tal de Caparanaense que nunca existiu. Não adianta trocar vinte vezes de técnico e continuar com esses caras que não estão nem aí para a camisa do Atlético. Tragam gente de valor, que tenham realmente o talento do futebol e honrem a camisa do nosso clube.

Não iremos jamais abandonar o nosso Atlético, mas também não queremos que chegue novamente o dia em que o clube precise de nós, e quando esteja em coma, seja tarde demais. Ainda é tempo de acordar. Saiam das reuniões de “negócio”, e vão a campo, levantem as necessidades e nos tragam de novo o nosso Atlético. Do escritório, ninguém vai resolver nada. Absolutamente nada!

Essa tristeza toda...dentro do coração
Parace que não muda...até que passe a solidão!


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