Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

O fim do espetáculo?

13/07/2007


Ir à Baixada, para o torcedor, deveria ter o significado de estar indo assistir a um show e um espetáculo. O primeiro aconteceria dentro de campo com o time mostrando um bom futebol, o que não acontece atualmente. O segundo, diretamente ligado ao primeiro, com a torcida vibrando sem parar, o que no momento também não acontece.

Quando se pensa na torcida do Furacão, a primeira imagem que vem à mente é a da torcida mais vibrante do país, que acompanha o Atlético onde e como quer que ele esteja e lamentavelmente isso, no momento também não acontece.

O mais cômodo seria colocar a culpa no time, que não apresenta um bom futebol há tempos, mas o problema principal não é esse.

A equação é simples. Preço de ingresso caro, torcida longe do estádio, Baixada parecendo uma geladeira e o time congelado em campo. Já tivemos times muito piores que o atual e a torcida estava lá, apoiando e ajudando a vencer, equipes que tinham como grande virtude somente a raça.

Hoje, com a torcida longe do campo, a vibração que é comum na Baixada não existe mais. Esteve presente nos jogos da Copa do Brasil, com o ingresso a preços reduzidos, mas com a eliminação do furacão da competição, a massa também saiu de cena.

O meu maior medo é que esse desaparecimento seja longo, o que será um desastre, para quem deveria ser o grande favorecido: o Clube ATLÉTICO Paranaense.

Passado o maior momento de dificuldade do Clube, quando da construção da Arena, o momento seria o de trazer o torcedor rubro-negro a campo novamente e não afastá-lo.

Está claro que a atual política financeira do Atlético é correta, mas para países de primeiro mundo como os Estados Unidos e os países da Europa. Como estamos no Brasil, país em que a população tem como grande adversário a dificuldade financeira, as ações deveriam ser outras.

A atual direção convoca a torcida a se associar e reclama da baixa adesão. Convoquem a torcida, mas abram mais opções, quero ver a massa rubro-negra não irá ajudar.

Ninguém quer nada de graça, mas também ninguém quer sentir lesado.

Todo torcedor rubro-negro quer estar na Baixada, mas se o clube insistir em mantê-lo distante, o torcedor perde no momento, já que não pode estar junto com a sua grande paixão, porém o time perde no futuro, já que terá um apaixonado a menos.

Talvez quando nosso grande ídolo, Alex Mineiro, tenha solicitado reforços, para a sua permanência, ele estivesse lembrando a diretoria que o principal deles seria ter a torcida novamente ao lado do time.


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