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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Quem é o caparanaense?
04/07/2007
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Por motivos profissionais, estive afastado das minhas atividades do site e senti na pele o quanto é difícil ficar longe do Atlético. De longe, quase não tive oportunidade de acompanhar os acontecimentos rubro-negros, e graças a alguns amigos, recebi algumas informações sobre as poucas novidades pelos lados do CT do Caju.
Pois bem, retornei, matei a saudade da Baixada, dos amigos e das amigas, e antes de qualquer crítica ou comentário, pergunto: quem é esse tal de “caparanaense”? Mais uma invenção para ludibriar a sofrida torcida, que continua sentindo no bolso a dor de assistir um Atlético de mentira? Sim, pois quem assistiu o Atlético contra o Náutico teve a certeza de que nada está sendo feito em prol do futebol atleticano. Fantasias sim, futebol que “é bom”, nada! E continua tudo igual...
Nem bem cheguei a Curitiba, e já recebo a grande notícia de que agora o meu clube é um tal de “caparanaense”. – Mentira! – Foi minha primeira reação. Verdade, constatação. Ainda meio desacreditado, peço para a minha amiga Priscila abrir meu envelope de sócio (sim, quem compartilha das ilusões é sócio) e mostrar, aos meus olhos que teimam em não querer enxergar, o meu “smart card” (que coisa mais chique, de fato o povão bailou). Não, não era mentira. Agora temos uma nova marca: a marca “caparanaense”.
Pois lhes digo, ignoro todos estes fatos, e o meu contrato de sócio está com os dias contados. Sou um sócio que divide com o clube as dores de um time apático. Sou um sócio que não tem nada de novo, a não ser o mesmo futebol, medíocre e apático, sem graça, sem raça e sem identidade. Sou um sócio que paga em dia a mensalidade, mas que não está em dia com as emoções. Sou sócio do “caparanaense”. Então, se as coisas continuam as mesmas, e se o nosso melhor jogador (e mais rico) perde a cabeça e dispara uma cotovelada imbecil em um jogador do time do Timbú, está na hora mesmo de rever meus conceitos. Tem muita coisa errada no Atlético, e quero ver quem é macho pra abrir a boca.
Contra o Náutico, tive o prazer de assistir o jogo com meu amigo Sílvio, não em minha cadeira, pois o “Espaço Sócio-Furacão” conseguiu trocar o nome da minha cadeira, mas assistimos ali mesmo na Buenos Aires Superior, junto com uma cambada de cornetas que se dão ao luxo de pagar trintão e chamar o time inteiro de “burro” pelo menos umas cento e noventa vezes durante o jogo. Será que os burros não somos todos nós? Olhei para o amigo Sílvio ao final do “espetáculo” e falei – Cara, eu devo mesmo amar muito o Atlético! – Ele sorriu e falou – É mesmo, apesar de tudo não vivemos sem essa paixão!
Pois é, vou, volto, e as coisas continuam iguais. Nada muda. E precisa mudar. Sai Vadão, entra Lopes, e aí? Beliscamos uma vitória aqui, em empate ali, mas pelo que vi ontem, o time continua uma cachaçaria pura. Alguns nitidamente não conseguiam nem mesmo andar em campo.
Olhei para o meu lindo “smart card”. Li o nome do meu novo time, o tal do “caparanaense”. Lamentável. Eu quero de volta o meu Furacão da Baixada! O original Atlético Paranaense.
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