Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Viúva ou Mulher de Malandro?

17/02/2003


Bastaram alguns mal resultados e vários torcedores já começam a chorar a ausência de Kleber. "Ruim com ele, pior sem ele", dizem alguns. A relação de Kléber com o Atlético era como um casamento instável. "Kléber fez o Atlético refém de sua vaidade", disse, com muita propriedade, o colega e amigo Juarez Villela Filho. Há muito tempo que a questão não era a marcação ou não de gols. Kléber abusou do Atlético como abusa de sua mulher um malandro que sai de casa sem avisar, deita-se com outra mulher, volta dias depois embriagado e ainda senta a mão na esposa. Esta, contudo, frágil e impotente, entrega-se ao marido pelo medo de ficar sozinha ou pelo simples fato de que aquele malandro lhe dá muitas alegrias entre quatro paredes.

Kléber atrasava dias na reapresentação sem dar satisfações, como se fosse o dono do time. Perdia gols feitos por enfeitar demais as jogadas, e não tinha vergonha de dizer: "não gosto de fazer gols feios". Deixava o Atletiba de lado para procurar a valiosa corrente de ouro que caíra no chão. Declarava publicamente que gostaria de jogar em outro Clube. É verdade que seus gols foram muito úteis ao Atlético, e que ninguém pode duvidar de sua colaboração à história do Clube. Mas continuar a servir aquele que sequer limpa os pés para entrar na casa que acabou de ser limpa é conduta de mulher de malandro. De quem não tem honra e, no primeiro golpe da solidão, abre as portas e os braços para o traidor. Não sejamos cornos mansos. Vamos agir como aquela mulher que coloca a sua honra acima de tudo e resolve esquecer o malandro. Pode não ser Ilan, pode não ser Jadílson, mas um dia há de aparecer alguém que vai voltar a encher a casa de alegria e merecer a comida que lhe é servida.

Alguma Coisa está Fora da Ordem

Afinal, o que há com o Atlético? Por que é que apenas Adriano, Cléber e Cocito entram em campo com vontade de vencer? No final do ano passado fazíamos perguntas parecidas, que, além de continuarem sem resposta, agora têm a companhia destas outras. É tanta coisa que passa pela cabeça do torcedor... Como é que podemos perder em casa para um time fraco como o Maringá? Por quê Gustavo deixou o time se Ígor não tem a menor condição técnica de suprir sua ausência? Por quê Kleberson insiste em entrar em campo com o freio de mão puxado? São tantas as perguntas... e não temos resposta para nenhuma. A única coisa que vai ficando clara é que o Atlético não é mais nosso. Não é mais o time da torcida, o que se percebe pelos estádios vazios. Além de não comparecer mais com assiduidade aos jogos em razão dos preços altos (R$ 15,00 para CAP x Maringá?), o torcedor está afastado dos acontecimentos do Clube. Não se sabe de nada. As perguntas continuam sem resposta

No final do ano passado, repleto de fracassos, deixamos perguntas que pedimos fossem respondidas pelos nossos dirigentes. Já que este caminho parece não adiantar, não resta nada senão pedir para que estes, diante da inexitosa fase do Clube, reflitam se não seria o caso de trazer de volta o torcedor. Tanto para dentro do estádio quando para o dia a dia do Atlético.


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