Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Todos podem ajudar

27/06/2007


Um pensamento consensual é o de que destruir é mais fácil que construir. No futebol, por exemplo, temos muitos jogadores de contenção, com o trabalho específico de matar as jogadas do adversário, e poucos, para não dizer raros, atletas de criação. Aquele jogador talentoso (Alex Mineiro), que em um toque de bola coloca o companheiro na cara do gol, só com o trabalho de pôr a bola na rede.

No domingo, dia 17 de junho, assisti à entrevista do Diretor de Marketing do Atlético, Mauro Holzmann, no programa Esporte Show 21. Em uma das suas respostas ele afirmou que: “A torcida quer, mas a torcida precisa participar. Querer eu também quero".

Fiquei surpreso ao ver tal procedimento, já que a imprensa está cada vez mais longe do clube. Não tem acesso aos treinos no CT do Caju, depois dos jogos iniciaram uma nova metodologia de entrevistas. Logo após o apito final os repórteres somente podem entrevistar dois atletas pré-determinados, fato que no meu ponto de vista limita muito ao torcedor para compreender o porquê de uma derrota, empate ou vitória, pois não dá o mesmo subsídio que daria se todos os jogadores pudessem externar a sua opinião do rendimento individual e coletivo da equipe.

Quanto à colocação do Diretor de Marketing, pessoa que julgo ser um profissional de grande competência me pôs a pensar.

O que eu, Rodrigo Abud, torcedor do Clube Atlético Paranaense, posso fazer pelo clube?

A resposta é óbvia. Ir a campo. Mas não é tão simples assim.

Quando da abertura da venda dos planos de sócios, pensei em me associar, o valor não é dos mais baratos, mas seria uma solução. Logo após pensar nessa possibilidade, vieram as restrições: o valor é alto para meu atual momento financeiro. Por motivos profissionais, não tenho disponibilidade de assistir aos jogos no meio de semana e porque deveria ir ao estádio se posso acompanhar meu time em casa, pela televisão, sem ter que me preocupar com o frio, com a chuva, o deslocamento até o estádio e não me sentir frustrado e lesado financeiramente, após uma derrota, ridícula, como para o Goiás, em que não vi ninguém em campo (treinador e jogadores) com vontade de vencer.

Posso ser considerado um torcedor menos apaixonado pelo meu clube, do que o Presidente que assiste a todos os jogos, na Arena e ainda prestigia jogos em outras localidades? Não, já que ele tem mais condições que eu. Não podemos qualificar o torcedor pela assiduidade no estádio, muitos torcedores querem ir à Arena, mas por inúmeras razões não podem.

Para possibilitar que eu e mais uma série de torcedores possam ser mais presentes na vida do Furacão, passei a tentar pensar em alguma sugestão para a diretoria e vi algumas possibilidades.
Uma idéia seria “desengessar” o plano de sócios. Será que é muito difícil habilitá-lo para outras modalidades? O torcedor não é igual. Cada um tem uma restrição específica, logo necessita de um plano adequado a ele. No atual momento é o torcedor que precisa adaptar-se ao plano, quando o correto deveria ser o contrário.

Pensando na minha situação pessoal, seria interessante uma modalidade “torcedor final de semana”. Destinado aos torcedores que só podem, ou querer, ir aos jogos do Atlético no final de semana, isso claro com um valor menor que o praticado para quem adere ao plano de sócio integral. Assim como eu, creio que existam inúmeros casos, basta que a diretoria proponha uma forma de atendê-los.

Na mesma corrente poderia ter um plano de sócios exclusivo para jogos no meio de semana, como a quantidade de jogos é menor que nos finais de semana esse poderia ser um plano para atender a torcedores de baixa renda e que podem assistir aos jogos no meio da semana.

Lembrando que as possibilidades são inúmeras, basta empenho de quem conduz, para trabalhar com ações que possa atingir a toda massa rubro-negra e não apenas uma parte dela.

Iniciando com essas ações é certo que a torcida far-se-á cada vez mais presente e ao mesmo tempo o Atlético irá gerar mais receita para investir na Arena e, principalmente, em um bom elenco.


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