Lincoln Graça Neto

Lincoln Graça Neto, 53 anos, é médico. Foi mascote do Atlético aos 3 anos de idade e o fato de seus filhos hoje também serem atleticanos é o mais importante na sua história atleticana. Foi colunista da Furacao.com entre 2006 e 2007.

 

 

Pensamentos na véspera de um jogo

23/06/2007


Nos dias que antecedem uma partida do Furacão todos nós imaginamos que desta vez tudo vai dar certo, que ao final do domingo estaremos mais felizes em função da vitória do time. E esta sensação de bem estar poderia nos tranqüilizar inclusive ajudando a encarar o mal-humor da segunda-feira. Não bastasse isto, esperamos também uma boa apresentação com muito empenho, comprometimento, bom posicionamento e raça dos atletas. Parodiando os comentaristas da poderosa "nave mãe": "atletas com atitude". As vezes me pergunto, que atos seriam estes? Hoje atitude virou sinônimo de tudo de bom, de uma maneira geral. Muito amplo e sem a clareza necessária. Ou seja, não define nada!

No nosso time, com a benevolência do passado Vadão, os jogadores eram apáticos e perdidos em campo. Espero, acima de tudo, que passado uma semana o "Delega" já tenha enquadrado a rapaziada, posto fim a supostos grupetos, desmistificado alguns fantasmas e desta forma montar um time à sua cara dando chance a quem realmente merece jogar. Merecimento em função da qualidade, já um tanto rara por aqui nos últimos tempos, e não em função de amizade e tempo de clube. A passividade de Vadão à beira do campo e sua forma de montar o time privando jovens atletas e, até recém chegados, de fazer parte do grupo principal, me fazem lembrar o Parreira. "Seleção é questão de tempo, tem que amadurecer aqui dentro". Não dava chance a quem estava melhor e sim ao seus protegidos. Aliás, qual foi o jogador que o Vadão revelou? Deu chance ao Rogerinho? Dispensou Ricardinho...

Enfim, o Delega não pode inventar: Cristian é volante e não meia ofensivo (como queria o Vadão), não colocar o Nei de meia-esquerda, não tirar o Edno e pôr no seu setor o André Rocha (lembra o Mário Sérgio, professor Pardal?).

Pelo que os jornais tem informado o Erandir, André Rocha e, num futuro próximo, o Jancarlos vão dançar. Bahia na frente da zaga deixando o Valencia de 2 volante é um opção já comentada por alguns setoristas. Parece uma boa formação!

Minha esperança é que o Delega, da mesma forma que em 2005 nos dê um time com raça e padrão de jogo. Afinal, quem levou Aloísio a fazer gols (no começo estava muito mal), Lima virar ídolo, Fabrício ser eleito melhor meia-esquerda da Libertadores, e chegarmos na final. Nossa situação não é pior do que aquela quando assumiu em 2005, por isso e por acreditar que pode motivar seus atletas e que acredito no Delega. Afinal, a esperança é a última que morre.


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