Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Quando aprenderemos com os erros?

20/06/2007


O Campeonato Brasileiro de 2007 é o quinto consecutivo com a fórmula de pontos corridos e o Atlético novamente começa mal, com troca de treinadores e sem um time coeso. Aqueles que não são muito ligados a estatísticas não devem estar entendendo o que estou afirmando, então não custa lembrar que em 2003, 2004, 2005 e 2006 o Furacão foi apenas uma brisa no primeiro turno e recuperou-se na virada. A má campanha inicial custou a vaga na Copa Sul-Americana em 2003, o título em 2004, a classificação para a Libertadores em 2005 e ao menos uma posição mais honrosa no ano passado.

Em todos estes anos, coincidentemente (?) o clube iniciou a disputa com um treinador e encerrou-a com outro comandante. Dos titulares da estréia, poucos jogaram a partida de encerramento do campeonato. Claro que isso parece natural em uma competição longa como o Brasileirão, mas em 2001, por exemplo, o Atlético estreou contra o Grêmio e decidiu com o São Caetano com a mesma escalação do time titular, ou seja, Flávio, Alessandro, Gustavo, Nem, Rogério Correa e Fabiano; Cocito, Kleberson e Adriano; Kleber e Alex Mineiro. Somente o treinador mudou, por circunstâncias necessárias, mas aquele que foi demitido (Mário Sérgio) fez um bom planejamento de pré-temporada e moldou a equipe campeã nacional.

A troca de treinador muitas vezes é inevitável e não condeno o Atlético por demitir o Vadão, muito pelo contrário, cobrava isso desde o final do ano passado, pois antes de sua estréia já não o enxergava como ideal para o clube. Mas justamente como lembrei, achava necessário que começássemos o ano com um treinador mais competente, próximo do ideal, para que o time aproveitasse o início do Brasileiro para somar pontos importantes. Novamente isso não está acontecendo e arrisco dizer que pelo quinto ano consecutivo terminaremos o campeonato com uma melhor pontuação no returno.

Um dia espero que o diretor de futebol do Atlético ou qualquer outro que responda pelo planejamento do futebol no clube programe melhor a preparação nos meses iniciais do ano para que enfim possamos iniciar o Campeonato Brasileiro com o time entrosado, competitivo e quem sabe com o elenco definido.

Imagino que confusão seria caso o Atlético adotasse a numeração fixa em seu uniforme como bem fazem alguns clubes brasileiros e quase todo o resto do mundo. No final do ano arriscaríamos entrar em campo com jogadores carregando o número 100 nas costas, não por estratégia de marketing pessoal, mas por falta de número disponível. Infelizmente esta tem sido nossa situação nos últimos anos. Por sorte, alguém de juízo se incomoda com isso e sempre dá um jeito de reforçar o time para o segundo turno. Azar nosso que sempre é tarde demais para alcançar aquilo que poderíamos conquistar no campeonato.

Em 2004 culpamos os pontos perdidos em Erechim, na reta final, mas poucos lembram que começamos perdendo para o São Paulo (com nove jogadores em campo), perdemos para o Figueirense (3x0), em casa, e ainda fomos derrotados por 3x1 pelo Vitória (na Arena) e por 3x0 pelo Flamengo (em Volta Redonda). Tudo isso nos dez primeiros jogos, quando o rubro-negro paranaense somou apenas 14 dos 86 pontos conquistados naquele ano.

Errando que se aprende, mas ano após ano o Atlético começa o campeonato com derrotas em jogos fáceis, desorganizado em campo e sem muita perspectiva. Isso é triste, especialmente em um ano como este, com nível técnico dos times baixíssimo e o limitado Botafogo disparado na liderança, mesmo com Jorge Henrique de titular.


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