Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Roubaram o meu Frühstück

17/06/2007


"Ai, Ai, Ai, roubaram o meu Frühstück, acabaram estragando, o nosso piquenique". Foi essa minha sensação depois que o juiz apitou o encerramento do jogo contra o Fluminense na Baixada. As coisas pareciam ter a possibilidade de acabar bem, mas como é a marca dos últimos tempos, nada está bem.

Refiro-me às denúncias em que o Atlético está envolvido. Por mais que o algoz não seja lá uma criatura em que se possa confiar, Roberto Jefferson também não era. No entanto, acabou desmontando um esquema terrível envolvendo muita gente “importante”. Portanto, é necessário promover uma firme e vigorosa defesa, para que não existam dúvidas sobre como tem sido conduzidas as finanças do clube. MCP deve ter as respostas a todas denúncias. Jurídico neles!

Mas se houver culpados, quero o Atlético longe dessa gente. E mesmo se não houver, como eu quero acreditar, devolvam o Furacão de volta para os braços dos seus torcedores, descolado da soberba dos homens de "marketing" que promoveram um verdadeiro "apartheid" ("vida separada") entre o clube e sua massa.

Não quero a volta ao passado, onde o clube jogava com uniformes velhos e as meias dos atletas tinham que ser costuradas às vésperas dos grandes jogos. Não sou desafeto de ninguém na diretoria. Ao contrário, tenho certeza de que o que houve no Atlético, é até hoje o maior fenômeno já acontecido em um clube de futebol no Brasil. Mas é horrível ver esse mesmo clube de massa com um lindo estádio quase vazio, como se renegando a sua própria mítica.

Peço humildade aos nossos dirigentes, para que reflitam sobre isso e elaborem uma solução para voltar aos braços da torcida, esses apaixonados que foram descritos em outras colunas durante essa semana.

Sei que há questões que envolvem a construção e internacionalização da marca Atlético, do posicionamento estratégico da marca, dos planos para conclusão do estádio e que “fazer” futebol é caro. Mas criem algum mecanismo para fazer as pazes com os torcedores mais humildes do clube.

De nossa parte, continuaremos sendo sócios, respondendo sempre que possível aos apelos do clube. Não há contradição nisso.

Quero de volta o meu Frühstück. Não quero que ninguém estrague a minha alegria de ver o Atlético vitorioso, forte, com a massa vibrando com os gols de nossos ídolos. Nós atleticanos merecemos mais, pois somos devotos de nosso clube. Fomos para o céu quando ganhamos o campeonato brasileiro. Criaram uma referência muito boa e ficamos mal acostumados. E a verdade é uma só: queremos ser campeões muitas e muitas vezes.


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