Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

O que acontece em Atletiba?

14/02/2003


Mais um Atletiba jogado. Devo ter visto, desde 87 quando comecei a freqüentar estádios, uns 50 clássicos (média de pouco mais de 3 por ano). E faz tempo que não vencemos lá no campo deles. Que eu lembre, e não estou buscando informações agora, foi na Copa Sul, ainda antes da Sul Minas, em 1999, quando vencemos por 3 X 0 num domingo e 3 X 1 no outro sábado, ambas lá. Depois, uns 2 empates e algumas derrotas. Mesmo com melhor elenco.

E na Baixada nosso placar não é lá muito favorável. Acho que foram vitórias iguais pra cada lado e mais alguns empates. E o que acontece com nossos jogadores? Bem, os atletas do alvi verde se desdobram, querem desbancar os “bacanas” da Baixada, os caras dos carros importados, das loiras oxigenadas e que a imprensa do eixo ao menos sabe o nome. Acho até que o antigo expediente do bom e velho “chinês”, de atrasar pagamentos e fazê-los no dia do clássico, ainda são usados como fator motivador.

Já no Furacão, tivemos o desprazer de ver nosso artilheiro Kléber demorar quase 3 anos para fazer gol no maior clássico (pra mim o único clássico) do futebol paranaense, e perder um lance importante para pegar sua correntinha de ouro. Vimos também a eterna promessa Ilan tirar o pé de uma dividida, devidamente flagrada pelas câmeras de TV. Observamos também nossa frágil defesa, que só faltou ajoelhar-se e estender um tapete vermelho para o jovem atacante adversário fazer os gols. O que acontece? Qual o bloqueio que faz com que nossos jogadores sintam-se tão presos no clássico?

Não quero que nossos atletas confundam garra, determinação com violência, ao contrário dos rivais. Mas a entrega, a objetividade no lance, a vontade de ganhar, aquela mesma raça que nos faz cantar sempre muito mais alto em Atletibas, deveria estar presente. Atualmente, como em todas as partidas, vejo somente Cocito e Adriano lutarem pela camisa que só deveria se vestir por amor.

Talvez o Atlético esteja sendo vítima dele mesmo. O jogador não vem para o Atlético para lutar por um lugar ao sol, ganhar títulos, ser ídolo dessa nação apaixonada. O cidadão chega, tem tudo do bom e do melhor, apenas visando um contrato milionário, uma negociação para o exterior ou uma convocação para a Seleção. O corpo está aqui, mas a cabeça está longe. Jogadores, vítimas de suas próprias ambições. Atlético, vítima de seus jogadores. E a torcida no meio disso tudo!

A única maneira desses mesmo jogadores se redimirem será vencer as partidas restantes para darmos o troco nas finais, quem sabe sobre o “poderoso Real Madrid das Araucárias”, como tanto alardeia a imprensa ufanista e passional de nosso Estado. Por que Atletiba sempre é especial e em final, todos nós atleticanos já sabemos a história.............. desde que a arbitragem não seja local!


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