Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Tempo

12/06/2007


Se promovêssemos uma votação com a população, e questionássemos o que é mais importante na vida, as respostas seriam as mais variadas possíveis.

Teríamos muitos dizendo que é a família, responsável pela estrutura desde o parto até a morte, quando essa vêm de forma prematura. Outros poderiam dizer que são os amigos. Passar momentos de descontração, sem o menor compromisso, com os amigos é uma experiência que todos têm de ter. Os mais empreendedores diriam que o mais importante é um bom emprego, que consequentemente, gera uma estabilidade financeira e profissional.

Também teríamos o pessoal que pensa no agora, e diria que o mais importante é ter dinheiro, afinal, para muitos ele pode comprar a felicidade. Os precavidos diriam que na verdade o fundamental é ter saúde. Para esses, com saúde o resto se conquista. Os mais apaixonados diriam que o importante mesmo é ter alguém ou alguma coisa para amar. Para eles, sem isso a vida não tem sentido.

As possibilidades de respostas seriam as mais variadas, porém poucos diriam que o TEMPO, assim em maiúsculas, é o mais importante.

Cada segundo que se passa e não se aproveita é tempo que não volta mais, pensando de forma prática é tempo a menos de vida. Se formos juntar todo o tempo perdido teremos uma vida desperdiçada. Imagina saber que você perdeu 10 anos da sua vida, por exemplo, em brigas, discussões, filas de banco, no ônibus. Claro que nem todo ele poderia ser revertido em algo produtivo, mas grande parte sim.

Para se ter uma idéia da importância do tempo, tem coisa melhor do que quando dos seus compromissos você consegue se desvencilhar antes do previsto. Entrar naquela reunião entediante, que têm previsão de duração de três horas e que termina em uma. Não há como conter aquele sorriso de satisfação.

Nesses primeiros cinco meses do ano de 2007 o Furacão infelizmente perdeu muito TEMPO. Perdemos títulos, mais precisamente dois (Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil). Perdemos dinheiro, mais precisamente com as verbas que deixamos de ganhar na renda dos jogos, prêmio pelos títulos que deveriam ter sido conquistados e por remunerar uma pessoa sem competência para ocupar o melhor local no banco de reservas.

Oswaldo Fumeiro Alvarez felizmente já faz parte do passado, com um grande atraso, mas já faz. Esperamos vida nova com o Delegado Antonio Lopes. Do alto dos seus 66 anos, com duas boas passagens pelo Atlético, Lopes não é adepto do futebol espetáculo, mas sim do futebol de resultados, que é o que precisamos no momento. Lopes começa o seu trabalho vindo de trás pra frente. Vai arrumar a zaga, em seguida o setor de contenção, para somente depois disso, estruturar a parte de criação e a parte ofensiva.

Estou convicto de que ele exigirá reforços e fará dispensas. Precisamos urgentemente de um jogador de meio campo, que saiba e consiga armar o jogo. Nosso ataque é muito bom, mas sem ninguém para alimentar, a tendência é o rendimento pessoal caia cada vez mais. Quando você está bem, você joga bem. Quando você está mal, você joga mal, o psicológico influi muito. Sem confiança o atleta tende a não render.

Nas outras posições as carências são de um zagueiro que venha para ser titular, um lateral esquerdo, que venha para pegar a jaqueta seis e não largar. Um volante que saiba jogar e alguns jogadores de menor envergadura para compor o banco. Atletas como Erandir, Netinho, Cristian, podem ser dispensados, pois nada acrescentam ao elenco. Jogadores como Evandro, Jancarlos, Válber, são bons nomes para compor o banco de suplentes.

Mesmo tendo um elenco mediano, não podemos tapar o sol com a peneira, corremos risco de cair para a segunda divisão. Não somos os principais candidatos para isso, mas quatro caem, temos que ter sempre muito cuidado. Já perdemos tempo demais para um clube com a tradição do rubro-negro, agora temos que correr atrás do tempo que não é perdido, pois jamais recuperaremos o que ficou para trás, somente podemos lutar para perder toda a temporada.


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