Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

Procura-se um atacante

10/02/2003


O torcedor atleticano passou o ano de 2002 vaiando, perseguindo, e raramente aplaudindo o atacante Kleber. O motivo disso talvez tenha sido a enorme expectativa colocada no ex-dono da camisa 11, que defendia o título de Artilheiro do Brasil.

Pois é, hoje o mesmo torcedor que vaiava Kleber deve estar pensando: ruim com ele, pior sem. Se Kleber perdia gols incríveis, era porque ele criava as oportunidades. Se ele desperdiçava bons ataques, era porque ele não se escondia atrás dos zagueiros. Se ele errava pênaltis, era porque ele nunca se recusou a fazer a cobrança. Assim era Kleber e sua relação de amor e ódio com o torcedor atleticano.

Agora vejam o caso de Ilan, nossa principal referência no ataque. Ele se esconde do jogo, não arma as jogadas e nem se dá ao trabalho de ficar dentro da área para tentar finalizar uma jogada criada pelos companheiros. Depender de Ilan para marcar gols não dá mais para agüentar. Precisamos urgente de um atacante com vontade de mostrar trabalho e que tenha o faro do gol, porque só assim vamos conseguir as vitórias que tanto esperamos.

Sinceramente, torci para que o Atlético perdesse o clássico de sábado. Não, eu não estou mudando de time e não acredito que o Coritiba esteja jogando aquele futebol que grande parte da crônica tenta nos convencer. Mas a vitória num clássico pode esconder muita coisa. Acreditem: foi melhor para o Atlético perder o clássico. Só assim não vamos nos encher de falsas esperanças ou tapar o sol com a peneira.

O time ainda não se acertou: a zaga bate cabeça e o ataque é inexistente. O meio-de-campo é o único setor que realmente funciona. Devemos reconhecer também o esforço do novato goleiro Cléber, a determinação de Dagoberto e a vontade de Cocito. O que não dá para entender é por que o treinador insiste em Ilan e substitui Dagoberto no segundo tempo? Será que só ele não percebeu que Ilan não está correspondendo?

Agora, imaginem se o Atlético vira o jogo de sábado com dois gols de Ilan? Seria motivo suficiente para que todos exaltassem o futebol que ele nunca apresentou no Atlético.


A lição de Gabiru


Hoje, 10 de fevereiro, é o Dia do Atleta Profissional. O dia ideal para se homenagear o jogador que melhor tem se apresentado no time do Atlético neste início de temporada: o meia Adriano.

Adriano é de longe o grande destaque do elenco atleticano. Suas atuações regulares, a busca incansável pelo gol e as jogadas objetivas e eficientes o fazem ser o principal nome do time. Adriano não faz corpo mole, joga com determinação, demonstra raça e por isso tem se destacado perante o torcedor. Uma verdadeiro exemplo de Atleta Profissional. Ele não precisa mostrar mais nada ao torcedor, tudo o que ele sabe fazer todos já sabem. Mas mesmo assim ele demonstra respeito à camisa do time que joga e ao torcedor. Espero que os demais jogadores do time aprendam com o camisa oito a lição: a camisa Rubro-Negra, só se veste por amor.


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