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Guilherme Coelho
Guilherme Coelho, 36 anos, é estudante de Relações Internacionais e mora em São Paulo. Guarda como lembrança uma luva usada por um dos goleiros do Atlético na final de 2001, em São Caetano, e um capacete da obra da Arena, objetos que simbolizam as duas maiores conquistas recentes do Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2007 e 2008.
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Revendo prioridades...
30/05/2007
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O torcedor atleticano que mora fora do estado do Paraná sabe das dificuldades em se encontrar notícias do Furacão, caso não possua acesso à internet e tv por assinatura. O aclamado crescimento atleticano é notório mas, o que se fez com estrutura em dez anos, não se faz com a mesma rapidez com o poder de mídia e presença maciça de torcida ao longo de todo o território nacional.
Ao mudar para São Paulo pude notar que, embora às vezes incomodemos uns são-paulinos ou santistas, ainda não representamos para eles o que os gaúchos são. Para nós sermos notícia, não basta a Arena, temos que ter um bom time, regularidade nas competições e conquistar títulos. O respeito é reconhecido somente com conquistas.
A mídia não-paranaense, com raras exceções e, nesse caso louvo o conhecimento de Paulo Vínicius Coelho, desconhece o que está fora do famoso eixo Rio-São Paulo e, nesse caso também incluiria Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Somos notícias quando enfrentamos equipes desses estados ou quando no Campeonato Brasileiro estamos entre os cinco primeiros colocados. De resto, apenas pequenas notas nos jornais.
O desconhecimento da imprensa “de fora” com o nosso time é visto em boa parte das transmissões de televisão. Domingo passado, acompanhando o jogo contra o Santos pela televisão pude notar que a equipe esportiva da Rede Globo mostrava surpresa ao ver o primeiro colocado invicto do Brasileirão, ser facilmente rendido pelo “mistão” de Luxemburgo. Para nós, torcedores privilegiados que acompanhamos o dia-a-dia e sofremos com cada chutão que Danilo dá há dois anos, isso não é novidade.
Essa realidade permite-me sonhar que um dia o Atlético entenderá que o maior plano de marketing existente no futebol são as vitórias e os títulos. Isso demanda jogadores com qualidade que formem uma equipe, conseqüentemente implicando em alguns investimentos.
A Kyocera fez um contrato de três anos para a Arena. Em 2005, deram sorte e saíram beneficiados com a bela campanha na Libertadores. Mas e de lá pra cá? O que conquistamos? Não acredito que uma multinacional desse porte se contente com uma exposição pífia de campeonatos paranaense e com colocações medianas em campeonatos brasileiro.
Sempre há tempo de revermos as prioridades, uma derrota não nos tira o sono de hoje e sim do que pode vir pela frente. É preciso recordar que até a Copa de 2014 teremos disputado mais sete Campeonatos Brasileiro. E o que será de nosso time enquanto a Arena não é concluída?
Por enquanto, precisávamos de uma campanha “Fica, Alex Mineiro!”...
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