Juliano Ribas

Juliano Ribas de Oliveira, 51 anos, é publicitário e Sócio Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2007 e depois entre março e junho de 2009.

 

 

O brilho de Alexander

30/05/2007


A permanência do jogador, ídolo, santo e síndico do Atlético Paranaense, Alex Mineiro, depende apenas de uma coisa. O Atlético bancar um possível assédio. Casa a grana na mesa e fica com o jogador. Tem que bancar com a consciência de quem tem um royal street flush na mão. O sucesso do Atlético Paranaense no certame depende, e muito, do fico do Alex. O resto é balela, xurumela e qualquer outra trela.

O crupiê do Furacão, Mário Celso Petraglia, sabe bem disso. Esse papo de "ir para um centro de maior visibilidade" é uma conversa frouxa para embalar bovinos. É uma cartada do procurador do jogador ou dos clubes pretendentes para aumentar o cacife e tornar o careca mais amado do sul do Brasil algo fora das possibilidades do clube. Ou conversinha de jornaleco coxa-branca que coloca isso como manchete. Ou ainda dos jornais da mídia do eixão, que fazendo seu papel, referem-se aos clubes do resto do Brasil como uma simples prateleira de um peg-pag da vida. E eles não estão errados nisso, porque é assim que nossos clubes têm sido, mesmo.

Mas a verdade, é que, visibilidade, você tem quando disputa títulos. Em 2004, o artilheiríssimo do Brasil foi Washington Coração Valente, de Leão ou coisa que o valha. Holofotes, mídia, mesas redondas, manchetes, esta é a sua vida; Chitão era a bola da vez. Nem o projeto frustrado de Pelé, o Robinho, conseguir ter mais cartaz que Washington naquele ano. Fez tanto sucesso, que até hoje, volta e meia um clube do eixão fala que está trazendo o Washington. E ele continua lá no Japão se enchendo de sushi e dinheiro. Fez trinta e quatro gols, assim, por extenso, em um único campeonato. O Alex, artilheiro do Brasil no momento, líder do "Chuteira de Ouro", tradicional publicação do eixão, tem plenas condições de reeditar o feito.

Mas aquele time de 2004 tinha Jadson, Fernadinho e Dagoberto, todos em grande fase. O time deste ano tem vários bons valores, Ferreira é o mais fulgurante no momento. Mas para reeditar uma grande campanha, que nos dará holofotes, o Atlético Paranaense ainda tem que reforçar o elenco. Reforçar este time pelo Alex, ídolo, santo e síndico do nosso time. Precisa talvez, de um único e grande reforço. Evandro não tem correspondido como o meia-armador de elã que o nosso time precisa para deslanchar. Um pinta clássico ali na meiúca faria o Alex se encher de gols. Mas onde está esse cara? Saudades do Jadson.

Não existe no Brasil, hoje, um nível de idolatria como o que carrega Alex Mineiro nas costas no Atlético Paranaense. Nem Edmundo no Palmeiras, acredito. A torcida rubro-negra é mais do que grata ao Alex, ela é admiradora do sujeito chamado com nome de drink do Madalosso, o Alexander. Meu caro Alex, leve isto em consideração na hora de negociar com outro clube, este ano. Uma saída sua no final do ano, e, se Deus (ou mesmo o Petraglia) quiser, com uma grande campanha que nos devolveria à Libertadores, seria digna, gloriosa e entendida. Mas uma saída agora, no meio do ano, magoaria, mesmo, sem pieguice, a torcida atleticana. Bastaria para manchar sua moral com o povão vibrante e emotivo do Furacão. E moral, é um troço que quando se perde, dificilmente se ganha de novo. Você sabe que a diretoria está disposta a ir ao máximo possível pela sua permanência. Pedimos o seu bom senso, que sabemos que você tem.

Alex e diretoria sabem o que deve ser feito pelo sucesso de todos. O brilho do Alex é o brilho do Atlético e vice-versa. O Atlético Paranaense pode ser brilhante mais uma vez. Só precisa ter coragem para brilhar.


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