Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Sem culpa

28/05/2007


Nada mais do que o esperado. As fictícias vitórias sobre o Figueirense, com a cabeça totalmente voltada para a Copa do Brasil e para o bom, porém desencontrado time campeão do mundo, o Internacional, serviram para nos confortar um pouco e amenizar o clima dentro do Atlético. Mas bastou um adversário um pouco mais qualificado, que sequer contou com sua força máxima para cairmos na real: o time é fraco.

E por incrível que pareça, desta vez sequer preciso criticar Co Vardão, que dos culpados foi o de menor parcela de culpa. Fez boas substituições, em tempo e principalmente a mudança nas laterais e a entrada de Pedro Oldoni, que sequer deveria ter saído do time para dar lugar ao “homem-preguiça” Denis Marques melhoraram o time. Mas nem as alterações puderam sobrepujar uma verdade doída e que maltrata o coração dos atleticanos. A verdade é que mais uma vez temos um time simplesmente para não cair.

O time base de 2006, o tal “ano do futebol”, foi praticamente mantido. Agora perdemos Marcão, um dos poucos reforços que veio para 2007, que por enquanto vai indo no mesmo ritmo do fracassado e terrível ano que se passou. Se Alex Mineiro se for então, ficaremos flertando com o rebaixamento e somente ali por agosto, quando a água começar a bater na bunda é que a direção, tão preocupada com negócios, dinheiro, vendas, cotas, patrocínios, Copa 2014 e que me parece tão comodista com o futebol do rubro-negro, vai trazer um treinador de verdade e alguns jogadores que cheguem para resolver e não mais um balaio do interior de São Paulo ou de times menores do Norte-Nordeste para ver se algum deles se sobressai e é vendido por alguns milhões de dólares, euros ou ienes para que se construa mais um campo no CT do cientista sabe-tudo, ou mais uma piscina para coreanos se divertirem quando vem aprender conosco.

O time, que anda batendo todos os recordes negativos dentro de casa, conseguiu perder 3 das últimas 4 partidas disputadas dentro do Joaquim Américo. Se falta mais alguma coisa para a direção tomar providências, abrir os olhos e principalmente os cofres, eu realmente não sei. Mas ser eliminado de 2 competições jogando de maneira covarde em casa num prazo de 15 dias e depois perder para o time misto do Santos, que visivelmente se poupou e antes da 1ª metade do 1º tempo obrigou Guilherme a fazer uma boa defesa e meteu 2 bolas na trave, é sinal que algumas coisas, que não são poucas, estão erradas dentro do Atlético.

O primeiro passo para se concertar um erro, é admiti-lo. Enquanto o Atlético se comportar como se estivesse tudo bem, não atribuindo as culpas a seus culpados e não exigindo uma postura mais séria e responsável de seus profissionais, ficaremos brincando de fazer futebol, iludindo o torcedor e quando abrirmos os olhos podemos estar ao lado do clube verde, que se apegou tanto a um título passado, que se esqueceu de caminhar rumo ao futuro. Ainda há tempo.

ARREMATE
“Os seus olhos são espelhos d´água/
Brilhando você pra qualquer um/
Por onde esse amor andava”
Espelha d´água, Jorge Aragão.


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