Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Interrogação

16/05/2007


No último final de semana iniciou-se mais um Campeonato Brasileiro, o 29.º que o Atlético disputa na primeira divisão, recorde entre os times paranaenses. Novamente a participação atleticana é cercada de dúvidas, muitas delas criadas após as frustrantes eliminações do Campeonato Paranaense e da Copa do Brasil, para uma histórica dupla de fregueses do Furacão.

Desde o jogo contra o Rio Branco, em Paranaguá, no distante 08 de abril, não acompanhava uma partida do Atlético no estádio ou mesmo na televisão, pois estava viajando de férias, motivo pelo qual também deixei de escrever no site por um bom tempo. As notícias que vinham de Curitiba eram desanimadoras e a expectativa para o campeonato nacional a pior possível. Sábado em Florianópolis, no entanto, vi um time vibrante, determinado e com boa qualidade técnica, repetindo as boas jornadas do início da temporada. Fiquei contente por ter acompanhado no estádio a um jogo do Atlético com resultado tão satisfatório e animador, porém o futuro do clube no Brasileiro é uma incógnita.

O campeonato é longo, encerra apenas em dezembro e até lá serão jogadas 38 rodadas. Ou seja, a largada, por mais importante que seja, corresponde a menos de 3% da competição. Por isso não podemos nos deslumbrar com o bom resultado da estréia, afinal um belo exemplo é o Criciúma em 2004 que até a décima rodada liderava e acabou rebaixado.

O treinador do Santos, Wanderley Luxemburgo, especialista em títulos brasileiros sempre destacou dois aspectos fundamentais para quem aspira ser campeão nacional. Para alcançar este feito o clube precisa encarar cada jogo como uma decisão, bem como contar com um elenco competitivo, pois times não ganham campeonatos por pontos corridos, mas elencos ganham. Exemplo disso a disputa acirrada de 2004, entre o Atlético e o próprio Santos de Luxemburgo, quando na reta final o melhor elenco santista e, claro, uma dose de incompetência nossa pesou para a conquista alvinegra. Certamente o melhor onze era do Furacão, mas a reposição era praticamente nula.

O Atlético é extremamente dependente do talento e dos gols de Alex Mineiro, craque do time em exuberante forma física e técnica e com uma perfeita harmonia com o clube que o consagrou. Além disso, o time torna-se forte e difícil de ser batido quando ao seu lado brilham Evandro e Ferreira, talentosos armadores da equipe. Claro que uma boa participação do outro atacante, seja Denis Marques ou o jovem Pedro Oldoni também é fundamental para o bom rendimento atleticano, como aconteceu no Orlando Scarpelli sábado, tarde/noite que Pedro Oldoni jogou bem e participou de três gols. A preocupação de todos é quando este trio ou quarteto é bem marcado ou, naturalmente, está num dia ruim. Por mais que os outros jogadores estejam bem, estes raramente serão decisivos e desta forma qualquer time médio pode vencer o Atlético.

Desta forma deveremos seguir nosso caminho no Campeonato Brasileiro, dependendo das boas jornadas do triângulo formado por Alex Mineiro, Evandro e Ferreira. Com eles em boa forma a máquina atleticana fará belos estragos e marcará muitos gols, mas sem a criatividade do trio prefiro não imaginar o futuro. Por enquanto seguimos com esta interrogação, torcendo para que o cérebro do time funcione e, claro, para que os demais cumpram suas funções, colaborando para uma boa campanha atleticana no campeonato. Encerrando, fundamental que os recém contratados sejam de bom nível, para podermos então formar um elenco mais qualificado, essencial para vôos mais altos.


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