Juliano Ribas

Juliano Ribas de Oliveira, 51 anos, é publicitário e Sócio Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2007 e depois entre março e junho de 2009.

 

 

Blitzkrieg CAP

14/05/2007


Hey, ho! Let's go! Hey, ho! Let's go! Hey, ho! Let's go! Hey, ho! Let's go! Pro ataque, Atlético! Vamos lá, esse é o teu jeito! Retranca não combina com você, mostra a tua cara, Furacão. Blitzkrieg nos adversários! Chega de defensivismo!

Não importa o técnico que dirija o Atlético Paranaense, terá grande chance de sucesso se partir da seguinte premissa: a vocação atleticana é o ataque. Os números, atuais e passados, mostram com clareza esta verdade. Na gigantesca maioria das vezes em que o time do Atlético é montado para chegar ao gol adversário, vence. Além disso, nos encanta e nos tira o fôlego em blitzkriegs, ataques relâmpagos que fulminam o adversário em poucos segundos. A cada ataque com cara de Atlético, a garotada perde a cabeça, como diz o petardo de Joey, Johnny, Dee Dee e Tommy.

Quando buscou o gol, o Atlético Paranaense triunfou. Neste ano, já foram 81 gols, com média de 2,45 por partida. Não por acaso, no jogo mais importante do ano, quando tínhamos que manter a mesma postura goleadora, o técnico Vadão colocou o time atás, povoou o meio campo, prendeu o Atlético. Resultado: derrota em casa e eliminação. Quando teve que buscar os gols, o Atlético os fez, contra Vitória e Goianiense. Não sabemos jogar encolhidos e o Vadão, com tanto tempo de Atlético, ainda não aprendeu isso. Neste sábado, armado para vencer, com atacantes de ofício, metemos meia-dúzia nos catarinas do estreito que tanto nos perturbavam, silenciando um eloqüente tabu. É simples assim Vadão.

Hey, ho! Let's go, Atlético! Já cansamos de perder títulos por defensivismo. Na final do Paranaense de 2004, o técnico Eme-Ésse-Pê-Pê, o Famoso Mário Sérgio Pontes de Paiva, não escalou Washington por um suposto "desequilíbrio motor", botou um terceiro volante, o rústico Vanderson e ainda por cima sacou Jadson durante o jogo. Resultado: perdemos para os verdinhos aquele jogo e depois o campeonato, quando recuamos na Arena para segurar o 3 a 2 a acabamos tomando no final o gol do boquirroto Tuta. Chega disso! Esses treinadores chegam aqui no Atlético vão armando retrancas, ferrolhos. Se o placar vira um a zero pra nós, pode esperar um Atlético segurando o resultado um segundo tempo inteiro. Chega! Hey, ho! Let's go, Atlético!

O time eterno de 2001 foi campeão porque, apesar de um esquema supostamente defensivo, o 3-5-2, jogou sempre em cima. Quem não lembra das goleadas de 4 a 2 no Vitória no Barradão, 6 a 3 contra o Bahia na Arena, 5 a 1 no Santa Cruz no Arruda, 4 a 2 no São Caetano na final da Arena, entre outros grandes placares daquele campeonato, em que terminamos com o maior número de gols marcados e de pontos, além do caneco. É porque, apesar dos três zagueiros, o Atlético era brilhante chamando o time adversário para o nosso campo, roubando a bola com Nem ou Cocito, Kleberson saindo em velocidade para o ataque e logo encostando nos velozes alas Alessandro ou Fabiano ou já rolando para a carreira frenética do Gabiru ou a categoria de Souza e aí, o couro chegava lindo pra Alex Atleticano ou Kléber e aí todo mundo já sabe: caixa. Hey, ho! Let's go, Atlético!

Bora lá, Atlético, no ritmo que a torcida gosta. Bora lá, Vadão, põe o time em campo de uma maneira incisiva, não precisa nem tirar a mão do queixo ou gritar loucamente à beira do gramado, sabemos que esse não é o teu estilo. Não confunda defesa com defensivismo. Defesa é quando o time precisa ser defendido e ela age e protege, defensivismo é jogar sempre esperando pelo pior. Nós temos que jogar esperando pelo melhor: pela vitória e pelos gols. O respiro que o Vadão teve como técnico, deve-se à uma mudança de postura, enxergando o óbvio: o Atlético Paranaense não é chamado de Furacão por acaso. Será que o Vadão nunca ouviu falar de Jackson e Cireno?

Esta coluna é um manifesto contra o trimilique do joelho dos técnicos à beira da nossa área técnica. É um pedido de basta à covardia. Parece que eu escuto a massa atleticana gritar: Hey, ho! Let's go! Hey, ho! Let's go! Hey, ho! Let's go! Hey, ho! Let's go! Está na hora do Atlético ser Atlético em todo jogo.

Thanks Joey, Johnny & Dee Dee. Rest in peace.


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