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Michele Toardik
Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.
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Chega de tudo bem!
25/04/2007
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“Chega de tudo bem. Você já pode ser exigente”. Este é o conhecido slogan da campanha publicitária lançada por uma marca de automóveis, para divulgação da versão 2008 de um dos seus modelos mais vendidos.
A intenção dos publicitários foi apresentar o conceito de que com esse novo modelo o consumidor pode elevar seu grau de exigência, não só a respeito de automóveis, mas em todos os aspectos de sua vida.
Os comerciais retratam a história de personagens que, como a maioria das pessoas, abrem mão de alguns de seus desejos. Com o bordão "tudo bem", eles aceitam passivamente outras opções diferentes e inferiores àquelas que realmente queriam. O narrador fala dessas vontades não satisfeitas, e, a seguir, mostra suas versões reais.
“Rosa queria casar na primavera, mas aceitou casar no outono...”
Posteriormente, mostram os “felizardos” que optaram por um estilo mais exigente – adquiriram o referido veículo – e nunca mais foram os mesmos...
A realidade do “tudo bem” cai como uma luva ao torcedor atleticano! Risinho amarelo de quem não tem como fazer frente às gozações, engolindo a seco dúzias de palavrões que vem à mente e a juntada básica dos cacos até o próximo compromisso.
Nos últimos anos, o nosso Atlético Paranaense sofreu mudanças estruturais que, talvez, não estivéssemos prontos o suficiente para recebê-las; no entanto, nos unimos e compramos a briga. Inegavelmente demos um salto, alcançamos objetivos importantíssimos, construímos um patrimônio invejável, participamos de campanhas memoráveis, incomodamos e sonhamos cada vez mais.
Mesmo a duras penas conseguimos nos adaptar à nova realidade que nos foi imposta - não por mera liberalidade, e sim pela necessidade de crescimento – e nos tornamos, acima de tudo, exigentes.
E, até aí, tudo bem mesmo!
O problema é que investimos na versão plus do Furacão e agora queremos usufruir de todos os seus opcionais e garantias. Mas quando rodamos a chave, constatamos que as “reestilizações” desvirtuaram o modelo original e o que temos agora é, no mínimo, controverso: um aspecto lindo, tamanho, peso significativo, porém, com um motor fraquinho, fraquinho. Precisamos de veneno nesse motor...
E o que acontece com um automóvel pesado com um motor pouco potente? A mesma coisa que um Clube sem um time competitivo. Não sai do lugar, só empurrando mesmo! E nós já estamos cansados de só empurrar, queremos emoção, esportividade e tudo mais que nos foi oferecido. E por que somente somos convocados a empurrar o veículo quando este parece não conseguir mais andar por conta própria?
Chega de ficar estacionado! Quero aquele do test-drive!
Enquanto isso:
Michele queria que o Atlético fosse Bi-campeão brasileiro, mas tivemos o episódio de Erechim, fomos vice... mas tudo bem!
Michele sonhava com a conquista da Libertadores, porém, a final foi transferida para o Beira-Rio, os bambis cumpriram o dever de casa, mas tudo bem!
Ingressos caros? Tudo bem!
Casemiro Mior, Lothar Mathäus e Givanildo. Tudo Bem!
Departamento Jurídico, Aloísio, Dagoberto, Marcos Aurélio. Tudo bem!
Veio a Sulamericana, a campanha irregular no Brasileiro, mas tudo bem!
Queríamos um títulozinho local pra sair da fila, mas tudo bem!
E agora?
Chega de tudo bem! Da Copa do Brasil não podemos abrir mão. Não foi para isso que elegemos prioridade e perdemos pontos importantes no estadual por atuar com um time B?
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