Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

O discípulo de Edílson

23/04/2007


É muito bonito e digno um torcedor, ou mesmo um dirigente ou atleta, chegar depois do jogo e dizer: "não quero comentar sobre a arbitragem", preferindo apontar os defeitos que seu time apresentou.

Mas há casos em que isso simplesmente não é correto. Desde que o árbitro Héber Roberto Lopes foi escalado para o clássico deste domingo, eu comentava com conhecidos que a parada ia ser dura. Héber, um juiz spotlight que nunca passa despercebido, tem no currículo diversos jogos em que desestruturou a equipe do Atlético. E ontem não foi diferente.

Quem assistir apenas os gols ou mesmo o compacto da partida, vai achar que é choradeira. Porém, quem foi ao jogo pôde perceber que o intuito do árbitro, desde o início do jogo, foi de minar o time do Atlético. Já dizia o "mestre" Edílson Pereira de Carvalho: pra manipular um resultado, não é preciso inventar um pênalti - basta inverter faltas e cartões, irritar e abalar o time a ser prejudicado.

Nesta semi-final, Héber seguiu à risca a cartilha. Além de não marcar um pênalti claro em Marcão, deu cartão amarelo ao atleticano. Depois começou a inverter e deixar de ver faltas, como uma absurda sofrida por Evandro, ainda no primeiro tempo. Héber é daquele tipo de juiz estrela que, mesmo sabendo que houve falta em um lance, deixa de marcar se achar que o atacante "valorizou demais".

Netinho, em um lance casual, levou o primeiro amarelo. Já o segundo, com a conseqüente expulsão, veio merecidamente, após agarrar um adversário. Ocorre que os paranistas cometeram a mesma infração pelo menos três vezes, sem a respectiva punição. A falta de critério prevaleceu e, enquanto o Atlético tinha um jogador a menos, sofreu o gol decisivo, de empate, que o tirou da final.

Final esta que poderá ser transmitida pela RPC, já que o Atlético está fora.

Treinador

É imperioso observar que o Atlético precisa de mudanças no comando técnico. É a terceira derrota inaceitável que o Clube sofre para times pequenos. Chega a ser irritante ver o time sempre sem opções de jogadas, apelando para lançamentos lá da zaga, por Danilo ou outro defensor. É hora do Atlético contratar um comandante condizente com a sua grandeza.

Pequeneza

Juro que fiquei impressionado com a imaturidade demonstrada por alguns jogadores do Paraná. No gol de empate, e ao final da partida, fizeram um enorme estardalhaço, provocaram acintosamente a torcida do Atlético, como se não acreditassem no momento de glória que estavam a vivenciar.

Jogar contra um time maior, em um estádio com qualidade reconhecida internacionalmente, gera compreensivelmente uma motivação extra ao jogador. Mas não é de bom alvitre se exaltar desta forma em uma vitória, deixando transparecer a inferioridade de seu Clube e, conseqüentemente, de sua situação profissional. Sem falar que é falta de educação, mas aí é opinião pessoal.

O fato é que nunca vi jogadores do Corinthians fazendo tal estardalhaço ao ganhar do São Paulo, ou a mesma reação entre jogadores do Flamengo, Vasco, Grêmio, Inter... Para os "craques" do Paraná que estão em início de carreira, vale a reflexão. E, parabéns: vocês realizaram, depois de 13 anos, um grande sonho dos torcedores paranistas, que era ganhar um jogo no Joaquim Américo.


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