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Fernando Tupan
Fernando Tupan, 52 anos, é atleticano remido – por influência de um tio. Viu o Djalma Santos, Alfredo, Sicupira, Nilson Borges, Buião, Altevir, Toinho, Nivaldo, Washington e Assis subirem as escadas do antigo Joaquim Américo. Nas arquibancadas, fez parte do ETA, TIA e Atle A Morte. Jornalista político, não perde um jogo do Atlético (tanto faz ser o A ou o B, de chuva e de furacão). Foi colunista da Furacao.com em 2007.
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Usar o lado negro da força
13/04/2007
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Que venha o adversário das semifinais do Campeonato Paranaense. O Atlético está perto de levantar o título do Estadual de 2007. Apesar de faltarem apenas quatro partidas, a realidade do título ainda está muito longe. Mas muito longe mesmo.
Vamos analisar o empate de 4 a 4 com o Cianorte, na quarta-feira, dia 11. O rubro-negro entrou com alguns desfalques, é verdade. Mas a espinha dorsal estava lá: Evandro, Ferreira, Alex Mineiro e Denis Marques. Estava me esquecendo: o Erandir estava pregado na cabeça de área.
Durante o primeiro tempo o que se viu foi um Atlético oposto daquele que se apresentou na partida contra o Vitória, uma semana antes, na mesma Arena. No primeiro tempo os onze jogadores não apareceram em campo. A impressão era de total displicência. Não davam a mínima para quem estava na arquibancada. Então, tomem filisteus atleticanos: futebol burocrático, sonolento, sem riscos e entediante.
Será que foi pela falta do zagueiro Marcão – que é o maestro do time e se comporta como único líder?
Quando o juiz apitou o final do primeiro tempo, senti um alívio. Pensei que o Vadão finalmente consertaria a engrenagem em campo. Engano meu. No segundo tempo, apesar da partida melhorar e a torcida se empolgar com algumas jogadas, o time voltou ao ritmo lento do “tô nem aí”.
Mesmo com o jogo mais aberto, com o Erandir dando dribles curtos e se apresentando como meia ofensivo, o futebol do Atlético não melhorou. Continuava a mesma chatice. Tão chato que não valeu o preço do ingresso. Tenho certeza que o produto não tinha o certificado de qualidade do Atlético. "Quero meu dinheiro de volta", foi o pensamento contagiante.
O descaso era tão grande, mas tão grande, que nem os quatro gols serviram para melhorar o meu astral na arquibancada. Era tão claro o desleixo que uma vitória garantida (4 a 2) foi derrubada em apenas três minutos. Da forma mais estúpida. E o Cléber então! Tá precisando assistir algumas partidas do banco. Tem muitos fundamentos para se aperfeiçoar, principalmente os das bolas aéreas. E se não treinar, vai ficar empacando o time. No Brasileiro do ano passado foi o mesmo suplício – o goleiro não se arrisca a sair debaixo dos três paus nos cruzamentos na pequena área. Parece uma estaca debaixo da trave.
É difícil entender o desleixo do time nesta altura do campeonato. Acho que o Vadão precisa tirar o colete de bonzinho e assumir o lado negro nesta reta final. Se ele não mostrar o Darth Vader que existe dentro dele, um tropeço vai acontecer a qualquer hora. E ninguém quer isso. Ainda mais agora.
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