Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Me preocupa

12/04/2007


Além da já famosa teimosia do treinador Vadão, um retranqueiro nato (e não me venham com a teoria de melhor ataque e tal, porque isso é mérito de um quarteto ofensivo forte, o qual o treineiro demorou dois meses para se render e colocar em campo), me preocupa o fato de erros no Atlético se tornarem algo sistemático.

É complicado ver que apesar da vontade, Jancarlos já deveria ter perdido a posição para Nei há meses. Ainda não sei o porquê da insistência com Michel, visivelmente em frangalhos consigo mesmo e que tenta, tenta, mas não consegue acertar sequer passes laterais.

Alguns erros são circunstanciais, ocasionais, mas pecamos sistematicamente e em doses generosas na jogada aérea. Ademais, não temos, na metade do quarto mês do ano, uma jogada de falta ou escanteio. Para piorar, um dos melhores atletas de 2006, talvez, ao lado do colombiano Ferreira o único que sobreviveu com dignidade aos sucessivos fiascos do tal “ano do futebol” está mal e não transmite mais a confiança que elenco e torcida precisam ter.

Cleber não é nem sombra do grande goleiro de outrora. O responsável direto por vários pontos e grandes vitórias está mudo, colado embaixo dos paus, sem vibração, acanhado. Justo ele, o líder do sistema defensivo, nossa última salvaguarda na meta, parece assustado.

Isso me preocupa.

Temos o paranaense mais fácil dos últimos tempos e praticamente já nos despedimos de possíveis vantagens nas fases subseqüentes. O Paranaense pode não valer nada para alguns, mas já que a camisa rubro-negra está em campo, eu o quero sim! Outra preocupação são as arbitragens, tendenciosas e que parecem encomendadas. Nenhuma novidade portanto.

No mais, prefiro acreditar que a fase de deslizes, que foram muitos nessa segunda fase da competição, passou e que (Oxalá, aleluia) até que enfim, Vadão aprenda com os erros. Alguns atletas, ontem novamente Denis Marques, não jogam bem e continuam intocáveis. Talvez com o nobre intuito de não causar turbulências e ter o elenco na mão, na vontade samaritana de não magoar ninguém e não queimar seus atletas perante torcida e imprensa, Oswaldo Alvarez fica refratário ao extremo a modificar o time e quando o faz, troca seis por meia dúzia.

Ontem ao menos foi ousado e colocou o habilidoso Netinho, que ajeitou tanto a meia como a lateral esquerda. Como estava bom demais e seu espírito de treinador interiorano falou mais alto, Vadão tira um meia ofensivo e coloca um volante, chamando o adversário pra cima do Atlético que entregou o empate dentro de casa.

Ainda há tempo e acredito que isso tudo possa mudar.

Mas me preocupa a pequeneza de pensamento de nosso comandante técnico. Vadão que envergue o jaleco dos nobres, se invista de grande, pois treina um time grande. Ou que admita que definitivamente o homem pode deixar a roça, mas a roça nunca deixa o homem.

ARREMATE
“Mas se a luz dos olhos teus /
Resiste aos olhos meus /
Só pra me provocar.”
– Pela luz dos olhos teus – Tom Jobim e Miucha


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