Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

Overdose de Furacão

10/04/2007


Depois do meu feriado dedicado ao Furacão, primeiro curando a ressaca do jogo de quinta, diga-se de passagem, a melhor ressaca dos últimos tempos e, depois, com uma breve excursão ao litoral, comecei a semana cheia de lembranças e preocupações.

A recuperação histórica que presenciamos na quinta-feira santa, foi digna de placa! E o maior responsável por esse feito – o torcedor - mais do que nunca é merecedor de toda a homenagem. Já vi de tudo no universo futebolístico, mas uma torcida que chama pra si a responsabilidade de vencer um jogo e ainda por cima com um placar cantado, é só por aqui!

Ah, que perfeição! Nem mais, nem menos do que eu esperava, foi na medida! Até o friozinho deu o ar da graça e deixou a noite ainda mais charmosa. O mosaico/oráculo, os ingressos a preços mais acessíveis, os quase 20 mil torcedores apaixonados, os guerreiros atleticanos afinadíssimos e a mesma cara de bu*** do Givanildo, ou seja, tudo dentro dos conformes.

Pois bem, dever cumprido na Copa do Brasil, nosso Atlético desceu a serra e foi à Paranaguá enfrentar o Rio Branco e eu resolvi acompanhá-lo, até porque precisava cumprir uma das promessas que fiz na quinta, durante o jogo. Domingo, final de tarde quente, estádio lotado, cheiro de maresia e apesar do ingresso caro e a atuação atleticana aquém do que eu esperava, voltei pra casa satisfeita, afinal o empatezinho praticamente nos classificou.

O primeiro tempo começou bastante movimentado com jogadas ofensivas das duas equipes. E mesmo com o relativo equilíbrio imposto pelo desgaste da partida anterior, as investidas do Rio Branco persistiram com maior perigo pra alegria do torcedor parnanguara. Mesmo com toda a limitação, nosso Furacão jogou com seriedade e compensou a falta de objetividade com uma forte marcação. Melhoramos consideravelmente na etapa complementar, principalmente com o avanço dos nossos laterais.

Tivemos oportunidades reais de abrir o marcador, mas a rede insistiu em não balançar. Achei que o gol sairia quando Jancarlos fez um belíssimo cruzamento na cabeça de Denis Marques, que mandou com muita vontade para o gol, mas o zagueiro interceptou antes da redonda cruzar a linha (uhhhh!). Mas a momentânea superioridade rubro-negra não abalou o Leão da Estradinha que, movido pelo Caranguejão lotado, seguiu dando trabalho, principalmente nas cobranças de falta. Para desespero do folclórico “Tigre da Vila”, foram desperdiçados muitos gols que tornaram a boa atuação inoperante e, provavelmente, também lhes custou a vaga na próxima fase.

Durante o retorno para a capital, evitei tirar conclusões com base apenas nesse jogo e resolvi dar os descontos devidos. Entretanto, uma questão ficou muito clara: a dependência técnica e psicológica que todos nós criamos do ídolo atleticano Alex Mineiro. Por alguns momentos, fui consumida pelo temor de não tê-lo conosco, simplesmente pelos riscos que envolvem um profissional de tamanha qualidade e pela dificuldade que seria contratar alguém com as mesmas virtudes do nosso herói.

Precisamos nos resguardar e compactar a equipe de modo que ela consiga manter-se criativa e ofensiva até mesmo sem sua nobre presença. E, embora reconheça que o time é qualificado, com grandes talentos individuais, entendo que se o clube quiser continuar com o planejamento de conquistar títulos deve reforçar este grupo e dividir as responsabilidades.

Mas enquanto os reforços não chegam, felizmente temos Alex entre nós e creio que ele ainda nos trará muitas alegrias. Ficamos na torcida para que a diretoria dê mais uma prova de sua competência, que os erros sejam corrigidos, o ânimo mantido e o torcedor recompensado.

E amanhã tem mais...


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