Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Como vibrar e sofrer à distância

06/04/2007


Colunista recém integrado à equipe da Furacao.com, vi-me presenteado por ter minha coluna publicada na escala da Sexta-feira Santa, logo depois de um jogo no qual o Atlético tinha destino incerto, pressionado pela obrigação de fazer não apenas um, mas três gols na equipe do Vitória. Motivos profissionais me levaram para longe do Atlético. Imagine a tensão de acompanhar essa partida em outro país, pela Internet. Foi esse meu drama na noite de ontem, vivido em Mendonza, na Argentina.

A cada gol marcado pelo Atlético, crescia a certeza da classificação, misturada à tristeza de não estar na Arena acompanhando de perto esse momento que, com certeza, entra para a história do clube. Não foi só pelo resultado de 3 a 0 que nos coloca diante de outro Atlético rubro-negro, mas por uma série de fatores que precisam de análises mais profundas. O pacto da nação atleticana pela classificação com ingressos mais baratos e mobilização coletiva da nossa grande massa é um marco provando que a negociação produz resultados satisfatórios.

Petraglia cedeu às evidências e recebeu da torcida uma resposta favorável. Cabe à diretoria perceber que a prática adotada para esse jogo não precisa ser esporádica e pode ser constante. O resultado é estádio lotado, pressão no adversário, vibração nas arquibancadas e em todos os lugares onde houver atleticanos.

O gesto foi importante e por isso eu faço aqui o meu agradecimento, mesmo não podendo desfrutar dele de forma direta. Valeu à pena escutar pelo rádio, pois posso dizer que a torcida não parou por um instante sequer. O que vocês viram e vivenciaram, eu apenas ouvi.

E claro que o relacionamento entre torcida e diretoria ainda precisa evoluir. Sob o clima da vitória é mais fácil debater boas e novas propostas para manter essa chama acesa, e cada vez mais forte, fazendo tremer os chupa-cabras que ousem desafiar o Furacão.

Não recomendo a ninguém escutar o jogo como eu. O melhor mesmo é estar na Baixada, pois nada supera a sensação de ver o jogo ali, de pertinho, com a temperatura fervendo, cozinhando de pavor os adversários. Tomei um porrete para comemorar a vitória. Foi uma boa comemoração, pois o vinho aqui é bom e o motivo era melhor ainda.

Saudações atleticanas a todos.

PS: na minha coluna anterior, alguns torcedores do São Paulo me escreveram. Como são arrogantes! Esclareço que não escrevo para vocês e sim para a nação atleticana.


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