|
|
Sergio Surugi
Sergio Surugi de Siqueira, 66 anos, é Atleticano desde que nasceu. Neto de um dos fundadores, filho de um ex-presidente do Atlético, pai e avô de Atleticanos apaixonados, é doutor em Fisiologia e professor. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.
|
|
Testosterona neles
05/04/2007
|
|
|
Muito já se tem escrito sobre o jogo desta noite, contra os baianos do Vitória. Os meus companheiros de site têm pedido a participação da torcida e o apoio forte e incondicional durante todo o jogo. Claro que eu sou apenas mais um a pedir para a galera gritar o tempo inteiro, mas afinal, que diferença isso pode fazer? Torcida e estádio ganham jogo?
Pois bem, para aqueles que ainda acham que um grito a mais ou a menos, ou que o local do jogo não têm nenhuma influência no resultado, aí vai um argumento antes de tudo, científico.
Em um elegante estudo publicado na conceituada revista Physiology and Behavior, dois investigadores britânicos, ligados à Northumbria University, comprovaram que os níveis de um hormônio chamado testosterona, quando medidos na saliva de jogadores de futebol, aumentam consideravelmente quando estes atletas jogam no seu próprio estádio, com apoio da torcida e em jogos contra grandes rivais, em comparação ao que acontece nos treinos e nos jogos fora de casa.
No trabalho citado, bem como até hoje, não fica provado se a descarga deste hormônio masculino pode afetar diretamente o desempenho dos jogadores, mas sem dúvida o aumento da testosterona pode ser considerado um bom marcador para determinados tipos de comportamentos humanos, principalmente aqueles ligados ao domínio do território, ou seja, jogar no próprio estádio e com o incentivo da multidão, passa a funcionar como um dopping natural, uma “vantagem bioquímica” que o adversário não terá.
Resumindo, é isso aí. Gritem, incentivem, mas sobretudo façam com que os nossos jogadores se sintam em casa e aí sobrará para os hormônios deles a responsabilidade de mostrar que na nossa casa quem manda somos nós.
É assim de simples e a ciência assina embaixo.
P.S.: Para quem se interessar em ir mais fundo no assunto: Neave N, Wolfson S. Testosterone, territoriality, and the 'home advantage'. Physiol Behav. 2003 Feb;78(2):269-75.
|
Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.