Fernando Tupan

Fernando Tupan, 51 anos, é atleticano remido – por influência de um tio. Viu o Djalma Santos, Alfredo, Sicupira, Nilson Borges, Buião, Altevir, Toinho, Nivaldo, Washington e Assis subirem as escadas do antigo Joaquim Américo. Nas arquibancadas, fez parte do ETA, TIA e Atle A Morte. Jornalista político, não perde um jogo do Atlético (tanto faz ser o A ou o B, de chuva e de furacão). Foi colunista da Furacao.com em 2007.

 

 

Totalmente demais

03/04/2007


Fiquei decepcionado com o time atleticano na partida contra Paranavaí, domingo, na Arena. Vi em campo um time com potencial, caindo pelas tabelas, com problemas sérios de motivação, erros na marcação dos adversários, egoísmo e tropeços por se acharem totalmente demais.

Contra o Paranavaí considerei um teste para a próxima partida. A nota nesta prova foi zero. Os laterais Jancarlos e Michel se saíram mal no apoio. Provavelmente pela concentração do jogo pelo miolo – o que prova que Evandro vem sendo a cabeça da equipe e Ferreira, o coração. Alex Mineiro, por estar se achando o "ó do borogodó" depois de 13 gols no Paranaense, não jogou com o time. Em pelo menos uma oportunidade foi responsável pelo Atlético não fazer o segundo gol. Foi extremamente fominha e fez de conta que não ouviu os gritos de Evandro. No meu entender ele tentou mostrar que é o responsável pela boa fase do time.

Gostei de lampejos com as investidas dos zagueiros Danilo e Marcão. Me lembro que o ex-técnico alemão, Lothar Matthäus, utilizou esse expediente diversas vezes no início do ano passado. Contra o Iguaçu, Alan Bahia e Erandir recuperaram a tática de surgir de surpresa na frente dos atacantes. O que irritou bastante nos 90 minutos foram os escorregões do volante Roberto – que entrou em campo com moral de seleção e deixou o gramado como um jogador que tem muito o que aprender para continuar atuando pelo rubro-negro.

Você a esta altura já está pensando os motivos que novamente me deixaram com a pulga atrás da orelha. O Atlético tem um grande problema para contornar na quinta-feira e pelo que demonstrou em campo contra o Paranavaí vai precisar de um milagre para reverter a vantagem de 3 a 0 do Vitória, na Copa do Brasil. Para superar o adversário, os jogadores precisam esquecer tudo que leram nas manchetes de jornais nos últimos meses e pôr os pés no chão. Não é porque o time baiano não está na primeira divisão do futebol brasileiro que merece ser esnobado, como aconteceu no primeiro jogo em Salvador quando Vadão e companhia caíram de quatro.

O Vitória deve entrar em campo acuado e com 11 atletas na defesa. O Vadão tem três dias para acordar os laterais, dar confiança para o Erandir – que poderia chutar mais vezes da intermediária, já que tem força nos pés – e colocar na cabeça do Alex Mineiro que a hora da brincadeira deve ficar para depois da vitória. Não antes.


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