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Marcel Costa
Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.
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O Atlético vencia o Rio Branco por 4x0 na Kyocera Arena e o confuso árbitro da partida não expulsou o camisa número 7 do time parnanguara após a segunda falta grave deste atleta. Na seqüência do lance merecedor de expulsão o rubro-negro ganhou escanteio e vários atleticanos subiram ao ataque. Rogério Correa e Danilo correram lado a lado desde o campo de defesa, no entanto, enquanto Rogério esbravejava questionando o árbitro sobre sua omissão, Danilo procurava apenas um bom posicionamento na área.
Liderança é algo que não se conquista naturalmente, pois exige ascendência sobre o grupo, personalidade e talento para dialogar. No elenco atual do Atlético possuem este perfil os zagueiros Marcão e Rogério Correa. Ambos têm personalidade forte, sabem lidar com as diversas situações de jogo e carregam anos de experiência como capitão, inclusive no Atlético. Além dos citados, Alan Bahia também pode desempenhar a função, assim como Alex Mineiro pela sua mÃstica e respeito que é tratado pelos seus companheiros e árbitros. Danilo, constantemente designado como capitão desde a chegada de Givanildo e mantido por Vadão é um sujeito pacato, totalmente oposto ao perfil exigido para liderar uma equipe.
Não discuto aqui a qualidade técnica do Danilo, até porque o considero apenas razoável, tendo tido boas atuações quando escoltado por Marcão e Paulo André, mas questiono a sua capacidade de liderar um grupo. Ano passado o Atlético viveu na inconstância, com um elenco jovem e de pouca personalidade. O capitão do time refletia isso e talvez por este motivo nunca conseguimos decolar nas competições disputadas no ano que passou. Este ano voltaram Marcão, Rogério Correa e Alex Mineiro e já é nÃtida a diferença de postura da equipe. As expulsões desnecessárias e os gols infantis diminuÃram e já percebe-se um time mais maduro, inteligente e malandro em campo.
O Danilo é tão tÃmido que acredito que falte a ele iniciativa de sugerir que um dos lÃderes do grupo assuma sua função ou talvez ele imagine que sem a tarja sua condição de titular esteja ameaçada. O treinador pode alterar este status e quem ganhará com isso será o Atlético que enfim voltará a ter um comandante dentro de campo, cobrando correções da arbitragem, motivando os companheiros e ajeitando o posicionamento da equipe, entre outras delegações de um capitão.
Romário
Romário nunca jogou pelo Atlético. Sequer brilhou contra o Furacão, tendo feito singelos dois gols em quatro partidas contra o clube. Nesta semana o Baixinho deve comemorar seu milésimo gol. Se não for contra o Botafogo logo será, pois é inevitável que o craque marque mais uma vez em sua bem sucedida carreira. Apesar de todo o brilho do atacante, alguns ainda questionam sua marca e tentam desdenhar do feito. Acho isso lamentável e desnecessário, pois o jogador tem o direito de fazer sua festa e comemorar sua marca, sejam os gols marcados profissionalmente, em amistosos ou na categoria de base. O importante é que os gols foram feitos, registrados e ninguém alcançaria tão expressiva marca sem talento.
Certa vez Romário disse em entrevista ao Lance A+ que enfrentar o Atlético na Baixada era tão complicado quanto desafiar o Barcelona em Camp Nou. Apesar de ter jogado apenas uma vez no estádio atleticano o Baixinho nunca foi burro e sabe da dificuldade em vencer o Furacão dentro de casa. Conheci o jogador em 1999 quando fui almoçar no extinto Café do Gol (restaurante e boate de Romário na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro) e ele estava na mesa ao lado. Entreguei uma camisa oficial do Atlético a ele e sugeri que a colocasse em uma moldura, como fizera com diversas outras camisas de clubes brasileiros e estrangeiros. Meses depois volto ao lugar e encontro a bela camisa preta (aquela de 1998) do Furacão pendurada na parede do restaurante. Fiquei orgulhoso e contente por contribuir para que o Atlético estivesse representado no empreendimento do maior atacante que já vi atuar.
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